Os Arquivos de Ravnica: Parte 9 - Os Orzhov

Sejam bem-vindos aos Arquivos de Ravnica.

Aqui vocês terão o completo estudo sobre as 10 Guildas de Ravnica. Serão estudadas: Os Golgaris, Os Boros, Os Dimir, Os Selesnya e Os Izzets, Os Rakdos, Os Simic, Os Orzhov, Os Azorius e os Gruuls. Vocês encontrarão todo o material reunido pelos Tutores, trago direto de Ravnica. Assim como também estudos sobre esse material e analise dos mesmos. É chegada  a hora de nosso retorno para o grande plano de Ravnica, e darmos continuidade as investigações iniciadas em nossa primeira viajem; e para estarmos preparados para isso, é hora de estudar as últimas 5 Guildas restantes. Cada Estudo sobre Guildas será dividido em duas partes: a primeira parte sendo a parte técnica, e outra a parte do Cotidiano.

- Parte Técnica: na parte Técnica passaremos por toda a estrutura da Guilda estudada no dia, falando sobre suas características, seus membros e seus objetivos.

- Parte do Cotidiano: olhar apenas o lado genérico, o lado mais exposto, não é a nossa visão. Aqui faremos uma leitura sobre o Cotidiano de um membro comum da respectiva Guilda estudada. Mostraremos um exemplo do o que seria um dia-a-dia na maior Cidade do Multiverso, algo que trará uma profundidade ainda maior sobre o que é ser membro de uma Guilda.

Com esses dois tópicos vocês, Planeswalkers da Academia Bacon Arcano, poderão ter não só o entendimento sobre as Guildas, mas também ter afeição por alguma (ao ponto de se identificar dentro dos próprios conceitos da Guilda) como ter repulsa (não concordando com os ideais da mesma).

Esse é Objetivo principal desse trabalho realizado pelos Tutores: conheçam Ravnica, a Cidade das Guildas, de uma maneira nunca antes vista.

Hoje vamos estudar sobre poder, riqueza e ganacia através da religião e crime: O Sindicato Orzhov.

ARQUIVOS DE RAVNICA

Arquivo 9: A Guilda Orzhov

Parte 1 de 2 –  Técnica

Nome: O Sindicato Orzhov

- CONTEXTO:

Formado por religiosos, criminosos e seres eternamente presos a igreja, o Sindicato Orzhov é uma poderosa e rica guilda e Ravnica fundada na crença de que riqueza é poder, e a partir deste conceito os Orzhov tentam através de todos os meios possíveis adquirir recursos para fortalecer sua igreja/sindicato do crime/ agência de crédito, de forma que toda Ravnica esteja um dia sob propriedade, ou sob débito, com o Sindicato.

- FUNÇÃO:

Não é incomum que um indivíduo com problemas financeiros, em Ravnica, busque um empréstimo e acabe condenando sua alma a uma eternidade de servidão aos Orzhov, porém um Planeswaker visitando a cidade-plano pode facilmente pode se perguntar porque tal injustiça poderia ser permitida dentro do plano. A razão da existência do Sindicato Orzhov é a movimentação da economia de Ravnica, boa parte comandada pela guilda, através de seus grandes bancos, redes de negócio e sindicatos criminosos que lidam com comércios mais obscuros.  O Sindicado também se baseia em sua religião e culto a riqueza para enganar as massas e adquirir seguidores novos que possam servir e financiar mais ainda sua igreja, na vida e na morte.

- LIDER:

O Sindicato Orzhov é governado pelos Obzedat, o conselho fantasmagórico autocrata que mantém suas existências mesmo na pós-vida. Sendo compostos de várias gerações de antigos líderes da guilda, os membros do Obzedat conseguiram, através dos poderes de sua guilda, trapacear a morte a manter sua consciência e sua ganância vivos através da riqueza, respeito e lealdade dos membros da sua corrupta e profana igreja. O conselho se comporta de forma paranoica, ditatorial e vingativa, raramente se comunicando diretamente com alguém que não seja Teysa Karlov, sua emissária.

- REGIÕES:

Orzhova, The Cathedral Opulent: A sede do Sindicato é  Orzhova, às vezes chamada de Igreja dos Negócios, é uma catedral opulenta com tetos altíssimos, feita para fazer, por comparação, que qualquer um que nela entre se sinta insignificante e fora de escala. Vitrais exagerados e enormes estátuas de mármore retratam uma série de ricos bispos, anjos impositores e fantasmas afiliados à guilda. A Orzhova é o local das mais impressionantes cerimônias e rituais dos Orzhov, incluindo o pronunciamento semanal da Guilda a seus membros.

Irbitov, The Mausoleum District: Também conhecido como o Sexto Distrito ou Distrito das Mansões esta região pertencente aos Orzhov abriga muitos prédios de escritórios, bancos, postos de comércio, mansões e igrejas. Empresas Orzhov, tais como os correios, as unidades de construção e soldados de aluguel podem ser encontradas aqui também. Orzhova, a principal sede Orzhov está localizada no centro deste distrito.

- OPNIÕES:

Aqui está um compilado de frases que definem a opinião dos Orzhovs para com as demais Guildas:

Azorius: " Eles louvam mais o processo do que o propósito. Mas admiramos sua devoção a ordem; é a base para a construção de um império."

Dimir: " Os Dimir são nosso reflexo em alguns aspectos, portanto são uma ameaça a tudo que criamos. Devemos uni-los a nossa hierarquia ou destruí-los."

Izzet: " Crianças animadas que perderam o jeito. Podem ser peões úteis, se aprenderem uma lição sobre lealdade."

Rakdos: " Um perigo a si mesmo e aos outros. Uma ameaça a longevidade e a riqueza. Eles devem ser controlados."

Golgari: " A morte não é o fim, nisso concordamos. Mas insetos e fungus não formam um império. Eles são parecidos conosco... Sem a higiene, riqueza ou auto respeito."

Boros: " Os Boros são limitados na sua visão, mas práticos na sua execução. Suas paixões são cordas pelas quais os guiaremos."

Gruul: " Os Gruul são uma história sobre cautela. Eles são o que se transforma toda cultura sem uma forte liderança."

Selesnya: " Eles compartilham nossa visão de um mundo unido, mas suas dríades sacrificariam instituições valiosas perante o falso altar da natureza."

Simic: " Suas raízes são profundas nos conhecimentos. Mas seus interesses param em estender a vida, eles só sabem metade da história."

- AS MAGIAS ORZHOVS:

Nessa sessão vocês poderão ter uma breve visão dos estilos das magias do Senado Orzhovs, podendo assim usar esse estudo a favor de vocês, mantendo-se salvos de situações de possível confronto com a Guilda, como também usar das próprias magias para se protegerem.

-Ministrant of Obligation

Podemos encontrar aqui uma criatura Orzhov que utiliza da nova mecânica da Guilda: Pós-vida. O nome define bem o conceito do Sindicato Orzhov de servidão eterna com o serviço de suas criaturas mesmo após a sua morte. Com esta habilidade o controlador da criatura cria um número de fichas de espíritos igual ao número do pós-vida da criatura, quando ela morrer. Com a Mininstrant of Obligation (Ministrante da Obrigação) temos uma criatura do tipo humano clerigo 2/1 com pós-vida 2, e após a morte desta criatura o seu controlador cria 2 fichas de espíritos 1/1 com voar.

Em seu texto de flavor "Quando seu pagamento de seus pecados vencem a Igreja dos Negócios estará lá para cobrar." podemos ver um perfeito exemplo do serviço eterno criado pelos Orzhov aos que os seguem e aos que os devem.

-Consecrate/Consume

Em Consecrate/Consume (Consagrar/Consumir) podemos ver um feitiço e uma mágica instantânea Orzhov instantânea na mesma carta! Chamamos isso de Splitcard, isto é uma carta que possui duas magias ao mesmo tempo, porém somente uma pode ser conjurada. A carta possui os seguintes efeitos:

- Em Consecrate, por duas manas sendo uma de qualquer cor + uma preta ou branca, na forma de uma mágica instantânea, você pode exilar a carta alvo de um cemitério e após isto comprar uma carta.

- Em Consume, por quatro manas, sendo 2 de qualquer cor, uma branca e uma preta obrigatoriamente, o jogador alvo sacrifica a criatura com maior poder, entre as que ele controla, e você ganha vida igual ao poder daquela criatura. 

É uma carta super versátil com múltiplas funcionalidades para vários momentos da partida!

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ARQUIVOS DE RAVNICA

Arquivo 9: A Guilda Orzhov

Parte 2 de 2: O Cotidiano

Conto 9: Os Dois Lados da Moeda

“ Eu acredito em Ravnica. Fiz a minha fortuna como um bom cidadão. E eu criei minha filha para ser uma cidadã. Dei-lhe liberdade, mas, a ensinei a jamais desonrar sua família. Ela encontrou um namorado. Ela foi aos festivais com ele; ela ficou fora até tarde. Eu não protestei. Dois meses atrás, ele a levou para passear, para ver um show de grande porte no quinto distrito. Ela não sabia que era um festival Rakdos, e as coisas saíram de controle. Eles quiseram inclui-la como a atriz principal nas “brincadeiras” sádicas da guilda. Ela resistiu. Mas isso, aparentemente, fazia parte do show. Então eles a espancaram como um animal, enquanto multidões riam e se divertiam. Quando fui ao campo de cura selesnya, seu rosto estava todo machucado. Sua mandíbula estava quebrada, unida por arame. Ela não podia nem chorar por causa da dor. Mas eu chorei. Por que eu chorei? Ela era a luz da minha vida - linda garota. Agora, ela nunca mais ser bonita novamente. ”

Omozat, um mercador vedalken de meia-idade, não afiliado a guilda alguma, se desfaz em choro. Após um breve momento vendo o homem sentado à sua frente desabafar, o Alto Clérigo  gesticula para um cavaleiro Orzhov no fundo do escritório. As placas de metal faziam um barulho abafado pelo tecido enquanto ele se movia até o Pontífice. O clérigo faz um sinal para dar uma bebida para o mercador. Este, por sua vez, tomando a bebida recém servida das mãos do humano, bebe do copo antes de continuar.

“Eu fui aos Azorius, como um bom cidadão. Esses dois meninos foram levados a julgamento. O juiz condenou-os a três anos de prisão – e em seguida, tiveram a pena suspensa. Sentença suspensa! Eles foram liberados naquele mesmo dia! Eu estava no tribunal como um tolo. E aqueles dois bastardos, eles sorriram para mim. Então eu disse à minha esposa: "pela justiça, devemos ir ao Pontífice e sua família ".

O clérigo considera, sentado atrás de sua mesa, toda as palavras ditas enquanto acaricia seu velho gato.

“Por que você foi aos Azorius? Por que você não veio a mim primeiro? “

O Vedalken se levanta e fala com determinação em sua voz.

“O que você quer de mim? Peça-me qualquer coisa. Mas faça o que eu lhe peço para fazer.”

“O que seria ?” O Orzhov retruca.

O sem guilda dá alguns passos para sussurrar seu pedido no ouvido do humano que, após esperar seu convidado voltar para seu assento, responde enquanto fica mais confortável em sua grande cadeira.

“Isso eu não posso fazer. ”

“Eu vou te dar qualquer coisa que você pedir. ” O Vedalken insiste.

O clérigo, ainda sentado, continua passando a mão no gato que, apesar do evidente esforço de se mover, devido à idade, interage como pode com seu dono.

 “Nós nos conhecemos há muitos anos, mas esta é a primeira vez que você me procura, para ajuda. Não me lembro da última vez que você me convidou à sua casa para uma xícara de café, embora minha falecida esposa fosse madrinha de seu primogênito. Mas, vamos ser francos aqui: você nunca quis minha amizade. E você estava com medo de estar em dívida comigo.

O mercador, agora um pouco nervoso, quase se engasga ao responder.

“Eu não queria entrar em apuros com o sindicato. “

O humano, sem mudar a expressão ou postura, tranquila responde.

“Compreendo. Você encontrou o paraíso na alta cidade, teve um bom comércio, fez uma boa vida. O sistema protegeu você; e havia tribunais de justiça. E você não precisava de um amigo como eu. Mas agora, você vem até mim e diz: "Pontífice me dê justiça". - Mas você não pede com respeito. Você não oferece amizade. Você nem pensa em me chamar de Patriarca. Em vez disso, você me trata como um dimir, você entra em minha casa no único dia que passo ao lado de minha família e você me pede para fazer assassinato, por dinheiro. “

“Eu te peço justiça. ” 

“Isso não é justiça; sua filha ainda está viva. ” 

“Então eles podem sofrer, como ela sofre. ”

Após um longo momento de silêncio, sem uma resposta o Vedalken continua.

“Quanto devo pagar? ”

O Orzhov coloca o gato que estava em seu colo no chão, que se dirige para fora da sala. O clérigo levanta tomando o devido tempo com cada movimento e fica de costas para o seu convidado enquanto olha pelo vitral o dia se tornando noite.

Omozat ... Omozat ... O que eu fiz para você me tratar tão desrespeitosamente? Tivesse você vindo a mim em amizade, essa escória Rakdos que arruinou sua filha estaria sofrendo hoje. E que, por acaso, se um homem honesto como você deve fizesse inimigos, eles se tornariam meus inimigos. E então eles temeriam você.

O mercador agora se encontrava muito perto do Pontífice. Apesar dele ser um veldaken, o humano era um pouco mais alto que ele  e a aura de autoridade fazia, para Omozat, ele parecer ainda maior.  Omozat abaixa a cabeça e diz. 

“ Seja meu amigo – “

E se curva antes de continuar.

- Meu patriarca ?” 

 Beijando sua mão em sinal de respeito.

“Bom. “ 

O clérigo coloca a mão no ombro do mercador, o abraçando de lado, enquanto em passos lentos, o leva para a porta do escritório.  

“Algum dia, e esse dia pode nunca chegar, pedirei à você um favor para mim. Mas ... até esse dia - aceite esta justiça como um presente.

Omozat diz enquanto  sai da sala.

“ Estou em débito, Patriarca.”

Então, logo depois que o Vedalken sai, o humano olha para o cavaleiro: Tuvus, seu homem de confiança. 

“Ah, dê esse serviço para ah... Aquele Dimir vampiro. Mesmo que seja caro, eu quero pessoas confiáveis; pessoas que não vão ser carregadas pela emoção ou loucura. Não vou tolerar outro desastre como o da feira central e aquele centauro gruul. Nós não somos assassinos, apesar do que este sem guilda pensa. ”

“ Sim, patriarca. “ O cavaleiro tira o capacete, revelando cabelos loiros cacheados antes de continuar. “ Lamento por esse incidente, e em falar nisso, temos que começar nossa reunião sobre os negócios da família. “

“ Onde está meu neto? “ O Orzhov mais velho diz enquanto olha para algumas pinturas de membros da família.

“ Com todo respeito, sei que gostaria que o jovem tomasse mais participação, mas acredito que ... “  O cavaleiro é interrompido com o patriarca virando para ele, o olhando nos olhos e dizendo sem nenhuma mudança na voz natural dele. 

“ A reunião não começa sem todos estarem aqui. “

-

Na frente da grande mansão, de arquitetura clássica Orzhov, o mercador se encontra com uma pessoa que ele não via a anos. Na verdade, a última vez que haviam cruzado caminhos aquele jovem rapaz ainda era um garoto de 8 anos. O garoto estava ajoelhado com a mão repousada na cabeça gato que estava no escritório, este por sua vez, estava completamente imóvel. Morto. 

“Jovem mestre! Eu lamento pelo gato, ele estava no colo do seu avô agora a pouco. O que aconteceu? ” O sem guilda diz com preocupação.

O garoto, vestido em roupas finas, que combinavam com o poder aquisitivo de sua família, não parece alterado de qualquer forma pela recepção do Vedalken e apenas levantou a cabeça antes de começar a falar.

“Uma boa noite, senhor. Não precisa de desculpar. Este gato está na família desde que eu nasci, ele era velho. Quando me viu tentou correr até mim mas tombou no caminho. “

“Não fique triste, nos meus negócios posso lhe arrumar um de qualquer espécie” O Vedalken diz abrindo um sorriso.

“Quando minha avó morreu, meu avô disse para mim que a morte não era o fim enquanto ainda tiver algo para se cumprir ou pagar nessa terra. Sei que os dois agora estarão cuidando de mim. “ O garoto pega o gato no colo e se levanta antes de continuar. “Peço perdão por não lembrar seu nome. Mas, levando em conta que está saindo daqui sem faltar nada do seu corpo ou alma, assumo que seja um amigo do meu avô. Posso te ajudar em algo ?” 

Omozat se surpreende com a resposta completa do garoto a sua frente. Ele não entende como uma aparência tão jovem pode ser tão maduro assim. E resolve testar o conhecimento do menino.

“Ah, pode sim. Aquele cavaleiro no escritório de seu avô, ele claramente é parte da família, seu irmão, correto? Porque ele tem um sobrenome diferente? ” 

"Ah, ah, isso – A muitos anos atrás meu pai encontrou Tuvus na rua. E ele não tinha lar - e assim meu avô o acolheu - e está conosco desde então. Ele é um bom Orzhov, e faz parte da família. “ 

“ Entendo, mas então onde está seu pai? Gostaria de cumprimentá-lo também. ” 

O garoto Orzhov, pela primeira vez, muda sua expressão, afetado pela pergunta do mercador. “ Ele não está mais com a família. Agora, preciso ir. “ Entrando na mansão imediatamente sendo recebido por vários servos thrulls. 

-

A porta do escritório abre, revelando os membros principais da família para o garoto. Todos em volta de uma mesa e na ponta dela, o seu avô. Ele entra em silencio, indo até o pontífice para cumprimentá-lo com um beijo na mão. O avô, por sua vez, o abraça e diz. 

“Não sei onde você estava, mas isso não importa. Apenas não chegue mais atrasado nos eventos da família, um homem ou mulher que não passa tempo com sua família não é uma pessoa verdadeira consigo mesmo. ” O garoto o ouve e senta-se ao seu lado.

“Bem...” O pontífice se levanta e fala alto para todos escutarem. “ Nossa rede de negócios é construída para fornecer proteção aos pequenos e médios comércios do quarto, quinto e sétimo distrito - essas são pessoas que as famílias maiores e os tribunais geralmente não se atentam. Ainda tem aqueles que acham que podem contornar nossos negócios e encontrar socorro no sistema sem guilda, porque tem medo de estar em dívida conosco. Mas nós vamos mostrar o quão indispensável nós somos. Vamos fazer propostas no qual eles não podem recusar. ”  

Ele continua e todos escutam atentamente. “Lembrando que nós trabalhamos com regras e contratos: Olho por olho. Não é olho por dente. Trabalhamos em um sistema de relações simbióticas, quando não nos devem dinheiro, nos devem favores. E construirmos parte da sociedade e comunidade. As pessoas recorrem a nós com um problema que as outras guildas não podem ou não vão resolver. E cobramos o que é justo. “

Com o Patriarca terminando seu discurso, Tuvus toma a iniciativa “ Compramos o novo projeto Izzet da máquina voadora, aquela que parece uma banheira. Vamos, em breve, tornar aquilo em algo lucrativo. Também ganhamos contatos de alguns conclaves selesnya pelas nossas doações para os templos de cura voluntários. Nosso biomante Simic teve bons progressos com o projeto dele, em breve vou me encontrar com ele para fechar um contrato irrecusável sobre exclusividade à nossa família... agora temos a questão do colégio no quarto distrito, ele está sem pagar proteção a quatro meses. Creio que podemos tomar providências drásticas. “

O Pontífice percebe que o seu neto toma interesse nessa última parte e se lembra que era onde ele havia insistido para estudar, abandonando o estudo em casa com os melhores tutores particulares da cidade. Ele não sabia o porquê ele havia feito isso, mas era naquele momento a pessoa com mais conhecimento sobre a situação desse pequeno empreendimento da família. 

“Filho, você conhece o pessoal nesse colégio, você acha que eles merecem uma chance? “

O garoto considera por um momento, ele se lembra de todas as vezes que foi atacado pela sua origem ou modo diferente de ser. Ele não havia retrucado nenhuma vez e talvez essa seria a oportunidade perfeita se não fosse pela experiência que teve hoje com a monitora do colégio. Ele admite para si mesmo que tinha aprendido muito naquele local, desde coisas ruins a experiências comuns de vida. Porém, uma coisa ele ainda teria que treinar muito com a “professora” mais improvável, aprender a colocar seus ideais acima da dor e vontade própria. E até perdoar. Algo estranho para a guilda dele e para a da azorius também. 

“ Aquela escola pode ser muito importante para os negócios da família. Lá, o futuro da sociedade dos distritos próximos está sendo criado. Eu, estando lá dentro, posso criar minha própria rede de contatos, estarei um passo mais perto de ser um bom herdeiro para essa família.” Todos escutam e consideram chegando ao consenso de deixar o colégio em paz.

O garoto em silêncio, mesmo sem expressão visível em seu rosto fica feliz por dentro, por ter livrado o colégio de um fechamento adiantado. Ele manteria não só a escola, mas como qualquer amigo protegido como pudesse, mesmo se isso fosse contra os ganhos da família. 

O pontífice, em silêncio, o observa tendo percebido o que o garoto fez. O coração dele vinha com certeza do lado de sua falecida esposa. E pensa que se ela estivesse lá, estaria orgulhosa.

Raquel Araujo