Os Arquivos de Ravnica: Parte 8 - Os Simic
Sejam bem-vindos aos Arquivos de Ravnica.
Aqui vocês terão o completo estudo sobre 10 as de Ravnica. Serão estudadas: Os Golgaris, Os Boros, Os Dimir, Os Selesnya, Os Izzets, Os Gruuls, Os Azorius, Os Rakdos, Os Simic e os Orzhov. Vocês encontrarão todo o material reunido pelos Tutores, trago direto de Ravnica. Assim como também estudos sobre esse material e analise dos mesmos. É chegada a hora de nosso retorno para o grande plano de Ravnica, e darmos continuidade as investigações iniciadas em nossa primeira viajem; e para estarmos preparados para isso, é hora de estudar as últimas 5 Guildas restantes. Cada Estudo sobre Guildas será dividido em duas partes: a primeira parte sendo a parte técnica, e outra a parte do Cotidiano.
- Parte Técnica: na parte Técnica passaremos por toda a estrutura da Guilda estudada no dia, falando sobre suas características, seus membros e seus objetivos.
- Parte do Cotidiano: olhar apenas o lado genérico, o lado mais exposto, não é a nossa visão. Aqui faremos uma leitura sobre o Cotidiano de um membro comum da respectiva Guilda estudada. Mostraremos um exemplo do o que seria um dia-a-dia na maior Cidade do Multiverso, algo que trará uma profundidade ainda maior sobre o que é ser membro de uma Guilda.
Com esses dois tópicos vocês, Planeswalkers da Academia Bacon Arcano, poderão ter não só o entendimento sobre as Guildas, mas também ter afeição por alguma (ao ponto de se identificar dentro dos próprios conceitos da Guilda) como ter repulsa (não concordando com os ideais da mesma).
Esse é Objetivo principal desse trabalho realizado pelos Tutores: conheçam Ravnica, a Cidade das Guildas, de uma maneira nunca antes vista.
Hoje vamos estudar sobre a evolução e busca por perfeição em Ravnica, onde veremos os maiores cientistas usarem da legalidade e da ilegalidade para buscarem seus objetivos: A Guilda Simic.
ARQUIVOS DE RAVNICA
Arquivo 8: A Guilda Simic
Parte 1 de 2 – Técnica
Nome: O Conluiou Simic
- CONTEXTO:
Reservados em seus próprios territórios, os Simic possuem um invejável históricos de grandes experimentos, planos mirabolantes e pesquisas cientificas arriscadas. Dentro de Ravnica os Simic sempre buscaram manter a natureza selvagem devidamente controlada, e com isso estuda-la, assim como estudar o sistema de cada corpo vivo do plano, é algo como o objetivo primordial dos Simics. Formado por humanos, tritões, elfos, fadas e diversas outras espécies, é difícil as vezes dizer, olhando para um Simic, que espécie de fato ele é. Dispostos a passarem por qualquer tipo de mutação insana pelo “bem da ciência” essa busca do Conluiou pela forma perfeita deixou a tempos de ser algo meramente por estudos, mas sim algo vindo de uma vontade coletiva que passou a dominar toda a Guilda. Você vai encontrar membros Simic que são formados, em um único corpo, por duas ou mais espécies; um Elfo Humano Fada, um Homúnculo Besta, uma Água-viva Humano. Tudo o que você imaginar entre junção de espécies é possível existir entre os Simic, e isso não traz somente uma particularidade sobre suas formas, como também pela mentalidade dos membros dessa excêntrica Guilda: eles não só gostam de terem suas formas de corpos alteradas assim, como tem como objetivo de vida que seus corpos sejam assim.
- FUNÇÃO:
O Conluio Símic foi inicialmente incumbido de preservar tudo que restara da natureza, mas a marcha da civilização ultrapassou seu poder imenso. Desta forma então esta guilda deu-se outro objetivo: não apenas reviver a natureza, mas também melhorar o que dela sobrou. Eles continuamente trabalhavam como funileiros da própria essência da vida, criando novas formas de vida, poderosas, mas abomináveis paródias de seres vivos.
O Conluio Simic é o encarregado da natureza e da vida selvagem de Ravnica. Sua missão é preservar e promover o progresso do mundo natural ao mesmo tempo em que a cidade continua a crescer. Isso não é fácil, é claro, já que as forças da civilização em Ravnica são tão prevalentes que ameaçam esmagar qualquer coisa que as contrarie. Porém, os Simic praticam um misto estranho de distanciamento e holismo que lhes oferece uma espécie de separação do sistema urbano maior, da qual sua missão de conservação depende.
- LIDER:
Vannifar é o atual mestre do Conluio Simic. Ela é uma elfa que transformou seu corpo em um lodo protoplasmático que lhe dá uma aparência de água-viva. Ela pode absorver oxigênio através de sua pele e pode repousar partes de seu cérebro em momentos diferentes, para que não precise dormir. Ela se considera uma forma de vida superior.
Até recentemente Vannifar era apaga dentro da Guilda, porem depois que o Pacto das Guildas Vivas desapareceu, causando uma crescente tensão entre as Guildas de Ravnica, a filosofia mais baseada em ação de Vannifar ganhou popularidade, assim ela foi votada na Câmara dos Oradores, e ganhou o título de Lider. Sob Vannifar, os Simics começaram a transformar seus membros mais inteligentes em super soldados.
- REGIÕES:
The Holdfast Principle. Um Holdfast é uma estrutura biológica em que algas e esponjas crescem para ancorar-se a pedras ou outros objetos no fundo do mar, muito pesadas para as correntes se moverem. No contexto Simic, essa estrutura inspirou um dogma filosófico que aconselha os membros da guilda a nunca se distanciarem tanto da natureza que se tornam "à deriva" - uma advertência velada contra os excessos e as ambições da iteração anterior da guilda. Os arquivos da guilda Simic tende a ficar perto desses “suportes” por esse motivo, e as incursões dos Simics na vida da cidade são geralmente mais curtas do que as de outras Guildas. Os Holdfasts em si são uma espécie de enormes colunas de ervas marinhas ou algas marinhas, e o oceano bem abaixo é o objeto ao qual eles estão "ancorados".
The Helical Stair. Uma enorme coluna de matéria vegetal marinha foi persuadida pela magia a crescer de forma constante pelas paredes em uma espiral suave. Escadas foram esculpidas na espiral, formando um longo caminho pelo qual os moradores da superfície podem caminhar até o nível do mar. Esse é algo claramente Simic para o povo de Ravnica - um lugar onde seus habitantes podem ver, tocar, entrar e até mesmo nadar através dos oceanos frios que esqueceram há milênios.
- OPNIÕES:
Aqui está um compilado de frases que definem a opinião dos Simic para com as demais Guildas:
Azorius: "O Senado é bem intencionado e perspicaz. Mas sua insistência em cautela e controle o paralisa. Isso é lamentável, porque o mundo da superfície precisa de sua liderança, mesmo que não a façamos."
Orzhov: "Nenhuma outra corporação representa uma ameaça tão grande para nós e nossa missão. Os Orzhov substituem o intelecto pela obediência e força com o dinheiro. Eles são os maiores inimigos da natureza e do povo de Ravnica."
Dimir: "Um desperdício tão decepcionante de conhecimento. Eles não fazem nada além de transformar a informação em uma moeda com a qual comprar poder e privilégio. Com o tempo, a vida vai conquistar suas maquinações mortais e superficiais".
Izzet: "Seus esforços devem ser admirados e aprendidos, mas o seu desrespeito pelos sistemas naturais revela a falta de visão de seus pensamentos. A vida irá, com o tempo, conceber soluções mais inteligentes do que os Izzets poderia inventar."
Rakdos: "Devemos nos esforçar para não entendê-los, mas para entender por que eles têm permissão para persistir - o que eles precisam satisfazer para a cidadania. Enquanto isso, tratá-los como animais raivosos. Mantenha distância".
Golgari: "Se eles desejassem aliados, seríamos os mais próximos deles. Mas eles se concentram muito na crueldade dos ciclos naturais, mesmo se voltando contra os seus. Eles não têm paciência para nada que não ceda poder."
Gruul: "Seus desejos básicos os mantêm à margem. Nosso paciência e adaptação nos impedirá de sofrer o mesmo destino. Quando eles nos procurarem por ajuda, não os afastaremos."
Boros: "Uma combinação perigosa de emoção e organização. Seja agindo por conta própria ou sob a influência de uma força externa, a Legião transforma seus medos e desejos em agressões efetivas."
Selesnya: "O conclave nos compreende, mas impede o progresso com uma camada de misticismo. Admiramos seu coletivismo, mas não seu dogmatismo. Nós nos esforçamos para manter a especialização em vez de suprimi-la."
- AS MAGIAS SIMIC:
Nessa sessão vocês poderão ter uma breve visão dos estilos das magias do Conluio Simic, podendo assim usar esse estudo a favor de vocês, mantendo-se salvos de situações de possível confronto com a Guilda, como também usar das próprias magias para se protegerem.
- Aeromunculus:
Aqui temos o perfeito exemplo de uma criatura Simic. Por 3 manas, sendo uma genérica, 1 Verde e 1 Azul, você terá uma criatura 2/3 com voar que é uma Homúnculo Mutante. Com o Aeromunculo você terá a nova habilidade dos Simic: Adaptar. Pagando o custo de Adaptar (nesse caso, 4 manas sendo 1 verde e 1 azul) você irá usar o Adaptar 1. Isso significa que, se essa criatura não tiver nenhum marcador +1+1, você colocará marcadores +1/+1 nela conforme o número do Adaptar (nesse caso, 1 marcador). Assim, ela passara a ser uma 3/4.
Em seu Flavor Text temos: “A ausência de visão binocular impõe certos desafios a uma criatura voadora. Esses são superados via ecolocalização”_ – Noras de pesquisa Simic
Algo que nos mostra muito bem um experimento Simic em ação, assim como os estudos de um membros Simic sobre uma espécime.
- Incubation / Incongruity
Aqui temos um exemplo de Feitiço e Magica Instantânea Simic. Em uma split card, de um lado Incubação e do outro Incongruência, você pode ver dois estilos diferentes de magicas Simic em ação. Na primeira parte, com um feitiço de 1 mana hibrida (podendo ser verde ou azul) você olhará as 5 primeiras cartas do seu grimorio. Então poderá colocar uma criatura entre elas na sua mão, e o restante no fundo do grimorio em uma ordem aleatória. Do outro lado, com Incongruência, como uma Magica Instantânea de 3 manas, sendo 1 verde, 1 azul e uma genérica, você irá exilar uma criatura. Depois, o controlador daquela criatura colocará em campo uma ficha 3/3 do tipo Sapo Lagarto. Uma carta totalmente versátil em suas duas opções, que pode ser bem usadas tanto em inicios de jogos como no meio deles. E em seus nomes Incubação e Incongruência, assim como nas artes, temos todo um Flavor Simic nos mostrando mais sobre essa Guilda.
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ARQUIVOS DE RAVNICA
Arquivo 8: A Guilda Simic
Parte 2 de 2: O Cotidiano
Conto 8: Evolução, Um Caminho de Dor e Falhas
O ar estava frio pelas ruas úmidas quase vazias de Ravnica. Normalmente, as ruas abrigavam o caos e a anarquia, duelos e lutas distorcidas atrapalhando os habitantes da cidade interminável.
Mas pela primeira vez, desde que fugiu do orfanato, o mundo estava quieto.
Uma criança solitária élfica estava de pé, encostada em um prédio, exausta. Ele estava correndo. Correndo bastante.
Ele não sabia se poderia continuar. Ele não sabia onde estava, sua cegueira parcial não permitia. Ele não sabia o que havia acontecido com os outros que haviam fugido, era mudo e não podia gritar.
E ele nunca teve amigos. Só sabia que um parto defeituoso tirou a mãe que ele poderia ter tido.
Ele descansou a cabeça em suas mãos, tomando nota cuidadosa dos seis dedos ...
Desde que podia lembrar, sua vida era terror. Corrida. Medo. Isso nunca iria parar?
O menino suspirou, ouvindo ordens sendo latidas. Eles o encontraram novamente. O garoto deu dois passos aleatórios, antes de começar a correr.
Ele desejou, com tristeza que os oficiais o deixassem em paz, que o mundo pudesse ser aperfeiçoado.
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O elfo, agora um adulto, é acordado de seu pesadelo com um firme toque no ombro.
“Professor, com todo o respeito, dormir no recinto acadêmico é proibido. Mas posso considerar não contar aos nossos superiores se você comer TODO o café da manhã que eu lhe trouxe. ”
O Simic levanta a cabeça da pilha de anotações do projeto que trabalhou a noite toda e vê a monitora do colégio parada a uma distância respeitável. A humana estava com uma bandeja com pães e, pelo cheiro, uma xícara de seu café favorito. Ela, por sua vez, estava genuinamente preocupada. O lado azorius de interferir na vida dos outros tinha suas vantagens em algumas raras ocasiões.
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O aroma do café Selesnya era agradável para ele. À sua frente, uma janela de vidro, era como olhar para um tubo de experimento, vendo cobaias reagirem a um mesmo ambiente de inúmeras maneiras diferentes. Por mais que aquele “experimento” se repetia, sempre descobria algo novo.
Um trio de crianças corre em meio a chuva, chutando um capacete de guarda de Orzhov pela rua como uma bola, passando-a entre eles e rindo. A criança principal, um goblin, tinha um emblema de Gruul estampado na parte de trás do macacão, numa substância que o Simic não ousava tentar adivinhar. O Orzhov em questão estava perseguindo eles, bufando e xingando.
Era interessante como um espécime fora de seu usual ambiente de ordem é menos eficiente que meras crianças adaptadas à rua. A azorius, que continuava em pé atrás dele, o lembra em voz alta que eles têm trinta e dois minutos. Aquilo seria o suficiente, ele fecha os olhos por um momento para aproveitar.
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Biomancia, a arte de alterar o corpo, para corrigir lesões, defeitos congênitos ou melhorar a si mesmo.
O garoto elfo leu as palavras várias vezes, tentando decorar a palavra. Biomancia.
Ele continuou lendo.
Considerado uma arte restrita a especialistas. É ilegal experimentar em outras pessoas, altamente perigoso. Veja subscrito 704.f.
Outras pessoas. Especialistas.
O jovem elfo correu as mãos juntas. Um. Dois. Três. Quatro. Cinco. Seis.
Ele assumiu que ninguém jamais realizaria um experimento tão volátil neles mesmos. Afinal, ninguém tinha razão para isso.
O elfo pegou o abridor de cartas ao lado dele, uma lâmina segurada em um punho firme.
Mas ele o fez.
Ele levantou o abridor de cartas alto. Isso ia doer ...
Então ele o soltou. O metal sacudiu no chão atrás dele.
Não.
Ele tinha que saber o que estava fazendo. Ele queria a quantidade certa de dedos, não menos.
Não menos.
Se levantou da mesa.
E ele procurou por mais livros.
O mundo estava quieto, porque era apenas ele e seus sonhos, suas esperanças ... Sua paixão.
Apenas ele e seu futuro. Um no qual ele poderia aperfeiçoar.
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“ Professor, 2 minutos. “
Os olhos do elfo se abrem de uma vez. Iria se atrasar. Ele passa pelo corredor em passos longos enquanto a azorius garante que ele vai chegar a tempo. Ultimamente esteve muito dependente dela, o projeto que estava executando não poderia falhar, então sua vida pessoal estava bem desorganizada. Não era só seu nome que estava em jogo, mas a vida de pessoas. Ele tomava escolhas todos os dias que poderiam levar-lo a finalmente terminar sua fórmula. E, a cada dia que falhava, estava um dia atrasado para concertar o mundo a sua volta. Esse mundo precisava ser concertado.
Ele chega na sala a tempo e todos os alunos já estão sentados. Ele pensa consigo mesmo que o velho diretor Boros se orgulharia se visse a cena. E também sabia que o orgulho e a emoção do velho soldado colocariam as causas desse resultado final em força bruta e autoridade. Mas não, tudo se tratava de metodologia, paciência, e um pouco de interferência. Criando um perfeito ecossistema onde, não um, mas todos aqui na sala criaram juntos.
Para o elfo, cada um tinha seu papel bem definido que garantia que tudo funcionasse. E o melhor, foi um processo natural onde os que perceberam que se cooperassem poderiam, não só sobreviverem, mas, crescerem e se tornarem melhores. E os que não se adaptaram, ficaram para trás.
Na visão do Simic, ele dava escolha aos alunos, assim como ele também já teve. O topo da cadeia alimentar era ele. Porém, isso não, necessariamente, tornava ninguém na sala menos importante. Afinal, ele estava ali para ajudá-los a se tornarem espécimes melhores e ensinar ciências para eles.
O elfo anota em um caderno ” A experiência não é perfeita ainda. A espécime 12, 25, 30 e minha aluna gruul, ainda persistiam com alguns erros. A última, em especial, com o costume de faltar aula todo terceiro dia da semana. Mas, estamos com bom progresso. “
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O som de sino indica para todos que o intervalo começou. Mas, o professor se encontra em um debate com um aluno goblin boros que afirma com raiva que, não importa o que ele faça, ele não consegue melhorar, que ele tenta aprender e prestar mais atenção, mas é um fracasso. Uma vergonha que nunca vai passar de “ Só um goblin”
Algo naquilo soa estranhamente familiar para o Elfo, um medo familiar.
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Era a primeira experiência do elfo desde que foi admitido pela guilda Simic. E não podia acreditar. Ao redor dele, tantas coisas. Lâminas, agulhas e enxertos, e ele não conseguiu fazer.
Ele lera os procedimentos muitas vezes.
Ele os memorizou.
Ele levantou uma mão para cobrir o olho esquerdo, mas não causou impacto em sua visão. Sua visão falha.
Uma falha. Ele só queria ser aceito.
Ele chegou à conclusão há muito tempo. Ele sabia o porquê havia parado nas ruas do Distrito Dez.
Quem iria querer uma aberração?
Ele se aquietou em silêncio. Não que pudesse falar algo.
Ele não havia esquecido nada. Havia se movido com precisão de um assassino dimir, com a elegância de um espadachim selesnya.
E as coisas ainda deram errado.
Não escorregou. Não vacilou. Deveria ter funcionado!
O Simic passou o braço por cima da mesa.
Seus colegas estavam acostumados com os problemas do elfo e suas tentativas de concertá-los. De quando ele aprendeu algo em particular que realmente não poderia ser feito, quando ele encontrou leis contra a biomancia. Quando ele perdeu a audição, seu senso de toque.
Ele estava surdo em seu ouvido esquerdo, e incapaz de se sentir em seu lado direito de seu corpo.
Ele gritou, mas nenhum som saiu.
Uma aberração
Um erro.
Um acidente.
Falha.
Uma rejeição.
Uma desgraça para a ciência.
Um problema.
O jovem elfo olhou para as mãos. Ainda seis dedos. Uma mão era deformada, a outra não tinha licença para fazer algo a respeito. Os azorius e seus estúpidos burocratas proíbem-no de fazer experiências. Ajustes.
Ele gritou mais uma vez, e um soluço sufocado saiu. O primeiro som que ele pronunciou.
Talvez algumas coisas não pudessem ser aperfeiçoadas.
-
No dia seguinte. O professor decidiu que era melhor juntar em um lugar só uns pontos de seu experimento que não estavam dando certo. “Seus alunos problemáticos”
Eles saíram da Tin Street para uma das maiores praças. A luz do sol passava por cima das pedras dos altos prédios, cobertas por uma camada fina de manchas de cores diferentes que vinham da vegetação rica ao seu redor. O maior jardim selesnya de passeio. Os cidadãos caminhavam de um lado para o outro, rindo e conversando. Ele parou com seus alunos em uma clareira na parte sul do parque, sentando em uma mesa.
Uma selesnya muito inflexível com suas crenças para aprender qualquer coisa que ela já não concordasse. Um izzet inconsequente ao ponto de se auto sabotar em seus próprios projetos. Um elfo dimir (que jura que não é um dimir) com problemas de confiança, o aluno goblin boros e minha querida aluna gruul que tenho ensinado de muito tempo antes dela ser minha aluna na escola.
A estratégia do Simic era que a mudança do ambiente e o menor número de pessoas seria um “ catalizador “ para alcançar os resultados mais rápido. A conversa do professor com eles era sobre focar em se tornar uma versão melhor de si mesmo, de não focar no que te restringe, que eles podem sim mudar o mundo a sua volta para algo melhor. Mas ele ouviu algo que não esperava.
A garota grull, tendo dificuldade ainda nas suas aulas de leitura, diz questionando seu discurso.
“ Mas professor, você me criou desde filhote. Você sempre consegue sucesso em tudo que eu vi você fazendo. As pessoas gostam de você e é respeitado. É fácil pro professor falar”
O professor escutando aquilo para por um momento olhando para os alunos que concordavam com ela. Ele entendeu a imagem que passava, e sabia o que eles sentiam. Ele olhou para sua mão esquerda, seu primeiro sucesso e lembrou de como ele o alcançou.
-
Ele pela primeira vez riu. Uma risada alta e alegre.
E ele enfiou o bisturi na palma da mão esquerda e seus cinco dedos.
Ele se deliciava com a dor. Doeu.
E essa era a beleza nisso.
Ele tinha feito isso. Ele restaurou sua audição. Seu tato.
Sua esperança. Sua voz
Não que isso pudesse ser reconhecido. Ele não teve apoio nenhum para mexer no trabalho de sua vida. Mas ele fez mesmo assim.
O trabalho da vida.
Isso foi apropriado.
O trabalho da vida ...
O Simic fez uma pausa. Outras pessoas poderiam usar ajuda. Ele não foi a única pessoa que foi ferida ou nasceu sem jeito. Ele apenas puxou todos os fios certos.
Ele já viveu e trabalhou no beco. Também poderia compartilhar seus segredos. Seus dons.
Ele ponderou. Ele nem estava fazendo isso por dinheiro.
Iria ensinar os outros, ajudar, ser um professor, ele decidiu.
O jovem adulto elfo poderia ajudar, admirar seu trabalho prático. Seu laboratório pessoal, no coração da cidade sem fim.
Ele se sentiu orgulhoso.
Rejeitado, indesejado. Tudo o que ele conseguia lembrar era lutar pela justiça.
E agora ninguém mais teria que lutar tão duro.
Ele foi considerado um dos melhores biomancer de Ravnica, ele estava aprendendo, ele foi capaz de compartilhar seu presente.
Ele estava apenas fazendo o que era certo.
Um passo mais perto de um mundo perfeito.
Raquel Araujo
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