Os Arquivos de Ravnica: Parte 3 - Os Dimir
Sejam bem-vindos aos Arquivos de Ravnica.
Aqui vocês terão o completo estudo sobre 5 das 10 guildas de Ravnica. Serão estudadas: Os Golgaris, Os Boros, Os Dimir, Os Selesnya e os Izzets. Vocês encontrarão todo o material reunido pelos Tutores, trago direto de Ravnica. Assim como também estudos sobre esse material e analise dos mesmos. Será de grande importância estarmos preparados para a nossa futura viagem a Cidade de Ravnica, e não conseguiremos isso sem ter o total entendimento sobre o funcionamento das Guildas; mecanismo que rege o modo de vida, a política e até a cultura do Plano. Cada Estudo sobre Guildas será dividido em duas partes: a primeira parte sendo a parte técnica, e outra a parte do Cotidiano.
- Parte Técnica: na parte Técnica passaremos por toda a estrutura da Guilda estudada no dia, falando sobre suas características, seus membros e seus objetivos.
- Parte do Cotidiano: olhar apenas o lado genérico, o lado mais exposto, não é a nossa visão. Aqui faremos uma leitura sobre o Cotidiano de um membro comum da respectiva Guilda estudada. Mostraremos um exemplo do o que seria um dia-a-dia na maior Cidade do Multiverso, algo que trará uma profundidade ainda maior sobre o que é ser membro de uma Guilda.
Com esses dois tópicos vocês, Planeswalkers da Academia Bacon Arcano, poderão ter não só o entendimento sobre as Guildas, mas também ter afeição por alguma (ao ponto de se identificar dentro dos próprios conceitos da Guilda) como ter repulsa (não concordando com os ideais da mesma).
Esse é Objetivo principal desse trabalho realizado pelos Tutores: conheçam Ravnica, a Cidade das Guildas, de uma maneira nunca antes vista.
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Hoje no terceiro dia de estudo vamos estudar a guilda que é
altamente perigosa. É perverso, mas sutil. Implacável mas cuidadoso. Brutal mas
secreto: *A Guilda Dimir*
ARQUIVOS DE RAVNICA
Arquivo 3: A Guilda Dimir
Parte 1 de 2 –
Técnica
Nome: A Casa Dimir
- CONTEXTO:
Então, o que acontece quando você mistura o desejo de mudar
o mundo com o desejo de controlá-lo? Você tem os Dimir, a guilda cujo objetivo
principal é subverter o mundo para seus próprios meios. (O mais secretamente
possível, é claro). O objetivo final deles, Conhecimento irrestrito e poder
absoluto. Como eles mesmo falam ninguém e todos são seus agentes, as vezes até
sem saberem. Os Dimir são construídos sobre uma rede de segredos e acordos de
por detrás dos panos, e podem contar com os melhores espiões e assassinos de
Ravnica entre suas fileiras. Os membros do Dimir alinharam o engano e a
manipulação acima de tudo, e o sigilo da guilda foi tão importante para seus
fundadores que foi até mesmo codificado no pacto original da Guilda. Por dez
mil anos, a Casa Dimir só era conhecida por meio de rumores e sussurros. Ainda
hoje, a maioria dos membros da Casa Dimir sabe muito pouco sobre a guilda e sua
liderança. Todas as informações pertinentes sobre a Casa Dimir são estritamente
secretas, mesmo para aqueles que a servem com lealdade inabalável. Aqueles que
não servem ao Dimir ainda podem acreditar que a existência da guilda é um boato
bobo ou uma perigosa teoria da conspiração. Mesmo aqueles que contratam o Dimir
para transportar segredos ou lidar com assuntos delicados discretamente podem
não saber com quem estão trabalhando.
- FUNÇÃO:
Os Dimir são como qualquer guilda de Ravnica, servindo a um
propósito público para o bem da cidade. Eles geralmente servem como
mensageiros, investigadores, repórteres e arquivistas. Eles servem a propósitos
gêmeos: dar ao resto de Ravnica uma face "amiga" da guilda e ser os
olhos e ouvidos do Dimir no nível da rua. Muitos candidatos iniciantes à guilda
Dimir começam como agentes de rua até que possam comprovar sua confiabilidade. Mas
há um nível de Dimir escondido até de seus próprios membros. Em seu nível mais
baixo, o mestre da guilda Lazav e seus contatos diretos guiam e manipulam as
operações da guilda. Os Dimir não têm dias especiais, costumes ou rituais. Á
vista de todos Os Dimir são encorajados a viver vidas previsíveis e cheias de
costumes, sendo o mais normal possível, mantendo empregos estáveis e
participando da comunidade, mas sempre mantendo os olhos e ouvidos abertos,
absorvendo todos os possíveis pedaços de informações, e aguardando seu momento
para finalmente servir a guilda.
- LIDER:
Lazav é o atual mestre de guilda da Casa Dimir. Ele é um
metamorfo poderoso que usa espionagem e uma rede de agentes leais para
consolidar o poder e desentender quem se opõe à sua guilda. Além de ele ser um metamorfo, os
detalhes sobre o Lazav são escassos. Ele afirma receber ordens de algum poder maior.
Lazav usa um manto de couro esvoaçante, feito da pele de algum animal que foi
extinto há muitos anos. Ele é capaz de distorcer a realidade e parece atrair
toda a magia em seu entorno em direção a ele. Depois de Szadek, o último líder
dos dimir, Lazav conseguiu juntar o que restava do Dimir. Um ritual deveria
permitir que eles comungassem com o espírito do mestre anterior, no entanto,
não se sabe se isso era verdade ou apenas um ardil. Desde que a capela Dimir
foi perdida, eles construíram um novo Duskmantle, que substituiu a antiga
estrutura. Lazav pode ser o único qualificado para ser o mestre da guilda
Dimir: ele é um mago que muda de forma e cujo gênio misterioso brilha com
impressões telepáticas de toda a rede de Dimir. Ele se transforma em uma
variedade de disfarces, conforme suas necessidades e planos exigem; ele pode
sair para as ruas da Ravnica como uma viúva idosa para espiar o bazar,
tornar-se um hussardo vedalkeano do Senado de Azorius para se esquivar de um
posto de controle, ou se transformar em um comerciante da Rua Tin para enganar
um nobre passageiro.
- REGIÕES:
Duskmantle: restaurado
mas não revelado. Duskmantle, a capela de Dimir, caiu em desuso após a queda de
Szadek do poder, quando o conhecimento de como encontrá-lo foi perdido.
Duskmantle foi restaurado nas profundezas da área subterrânea de Ravnica,
protegido por alas de memória, para que ninguém realmente saiba se existe,
muito menos se lembra de sua localização exata.
A Biblioteca
Ismeri: uma das principais localizações de Dimir é bem conhecida em toda a
Ravnica: a Biblioteca Ismeri oficialmente sem guilda. A biblioteca está aberta
a todos os cidadãos e é gerida exclusivamente por membros da guilda Dimir.
Muitas guildas - a saber, Azorius, Orzhov e Boros - todos sabem que deve haver
algo acontecendo dentro das paredes da biblioteca, mas elas não foram capazes
de descobrir o quê. O pensamento de crimes sendo cometidos à vista os deixa
loucos enquanto tentam decifrar e detectar o que os Dimir estão fazendo. A
Biblioteca Ismeri é um dos centros de comunicação de Dimir. Mensagens são
magicamente escondidas dentro das centenas de milhares de livros armazenados
aqui. Agentes Dimir usam a biblioteca para trocar mensagens, reunindo
fragmentos de mensagens retirados de vários documentos. Cidadãos Ravnicanos
nunca sabem se o livro ou pergaminho que eles estão lendo podem conter
mensagens criptografadas que soletram atribuições, diretrizes ou alvos de
assassinato de Dimir.
Ponto alto
de Dinrova: ponto de encontro dos magos.
No telhado de um enorme edifício conhecido como Dinrova, os maiores guardiões
do Dimir detêm o conselho. Normalmente, o telhado está fechado. Durante os
ritos noturnos, porém, os painéis do teto se abrem, revelando a arquitetura de
morcego do Dinrova, típica do Dimir. Espectros e outros horrores indescritíveis
patrulham os céus acima do Dinrova para afastar os olhos indiscretos ou
visitantes indesejados.
Beco do Bane:
para aqueles que perguntam às pessoas exatas e pagaram as bolsos certos, o beco
do Bane é provavelmente o destino final para ter acesso à ponta da extensa rede
de extorsão, intimidação, assassinato e corrupção de Dimir. Muito cidadãos de
Ravnica com um problema que precisam de ajuda acabaram em Bane apenas para saírem
de lá com várias centenas de moedas faltando, sem a menor ideia de por onde
passou. Mas quando a pessoa retorna para casa, o problema foi misteriosamente
resolvido.
Nightveil: o
recinto de Nightveil é onde a elite Dimir reside. Construído em um trecho de
terra que tem entre suas características um elaborado sistema natural de
cavernas, Nightveil é um paraíso para os aventureiros urbanos, se é possível
passar pelos guardiões espectrais de patrulha. Túneis e portões entortam e
giram, levando a criptas afundadas e mansões de paredes altas, todas no estilo
de arquitetura de Dimir. Embora haja grande suspeita sobre o envolvimento dos
residentes de Nightveil em várias tramas sombrias, de alguma forma eles escapam
de todas as tentativas de identificar qualquer irregularidade neles. Isso se
deve ao meticuloso apagamento de Dimir de toda e qualquer trilha de memória
para eles, mas também a seus numerosos agentes plantados nas várias guildas
envolvidas no julgamento de empreendimentos criminosos. Os crimes da lei de
Orzhov, os advogados de Azorius e os comandantes de Wojek têm entre eles
agentes da Casa Dimir.
- OPINIÕES:
Aqui está um
compilado de frases que definem a opinião dos Dimir para com as demais Guildas:
Azorius:
"Que desperdício de poder do verdadeiro conhecimento. Deixe-os embaralhar
seus papéis um pouco mais."
Orzhov:
"Suas estruturas ostensivas são uma fachada para suas mentes minúsculas e
podres".
Izzet:
"Eles são verdadeiros buscadores de conhecimento, mas suas ferramentas são
caóticas e carentes de direção".
Rakdos:
"Sua carne está disposta, mas suas mentes são fracas".
Golgari*
"Pegue nossos cadáveres e nosso lixo, e não se esqueça de levar o seu
cheiro com você."
Gruul:
"Sempre que precisamos de um motim, um bode expiatório, ou ambos, os Gruul
são sempre tão convenientes".
Boros:
"Qualquer coisa tão previsível pode ser destruída ou alterada com um
mínimo de previsão".
Selesnya:
"Assim que pudermos nos infiltrar na Worldsoul, eles nos servirão como
nenhuma outra guilda poderia."
Simic:
"Suas mentes são estranhas, mas a curiosidade nos intriga. Precisamos
encontrar uma maneira de saber mais."
- AS MAGIAS DIMIR:
Nessa sessão vocês poderão ter uma breve visão dos estilos
das magias da Casa Dimir, podendo assim usar esse estudo a favor de vocês,
mantendo-se salvos de situações de possível confronto com a Guilda, como também
usar das próprias magias para se protegerem.
- Nightveil
Sprite:
Aqui temos uma criatura de duas manas, sendo uma azul, 1/ 2
em poder e resistência; uma fada representante dos Dimir. Ela possui voar e
Survey, sendo a segunda a mais nova habilidade Dimir! Survey, que em português
fica ‘’Vigiar’’ representa muito bem os Dimir. Com essa habilidade você poderá
manipular um número de cartas do topo do seu grimorio (sendo o tanto de cartas
o Numero do Vigiar).
O Vigiar funciona como um Scry, permitindo você olhar as
cartas do topo do seu grimorio e coloca-las de volta, escolhendo sua ordem caso
seja mais de uma. Porém, com o Scry, caso você não queira a carta, você poderá
manda-la para o fundo do grimorio. Com *Survey*, ao em vez de mandar as cartas
‘’indesejadas’’ para o fundo do seu grimorio, você as mandará para o seu cemitério
caso assim queira. Isso é algo extremamente interessante e pode funcionar até
melhor que o Scry, caso o seu grimorio tenha uma boa interação com o cemitério,
é claro.
Essa nova habilidade está representada na Nightveil Sprite. Toda vez que ela
atacar, você usará Vigiar 1 (olhará a carta do topo do seu grimorio e a
colocará de volta no topo, ou em seu cemitério)
Tem uma
habilidade tão Dimir como Vigiar? E o Flavor da Nightveil Sprite também
representa bem a Guilda:
‘’Estamos no
quadragésimo andar, com uma janela e sem varanda. É impossível alguém entrar’’
- Minosz, chefe da seguraça Orzhov (possivelmente
minutos antes de ser furtado por um Dimir)
- Discovery/
Dispersal
Temos aqui mais um Split Card incrível, esses cards únicos
que possuem um estilo 2 em 1, podendo você optar por usar ou um lado, ou outro.
Dessa vez esse Split Card contextualiza bem dois tipos de Magias dessa Guilda.
De um lado Discovery (Descoberta), você tem um feitiço de duas manas, sendo uma
genérica e uma hibrida Dimir (azul OU preta), com ele você usará Survey 2
(olhando assim 2 cartas do topo do seu grimorio) e logo depois comprará uma
carta. Do outro lado, Dispersal (Desarticulação) você tem uma instantânea de 5
manas, sendo 3 genericas, 1 preta e 1 azul. O efeito é bem poderoso e poderá
atrasar ou até mesmo desmantelar bem a estratégia dos seus oponentes: Cada
oponente retornará para sua mão uma permanente que não seja terreno com o maior
custo de mana entre as permanentes que ele controla, e logo depois cada
oponente descartará uma carta. De um lado (Descoberta) uma mágica simples e
extremamente eficaz, que poderá manipular as suas compras de cartas seguintes,
te gerar uma compra e até mesmo achar peças importantíssimas para sua
estratégia dentro do grimorio. Do outro lado (Desarticulação), uma mágica que
lidará bem nos turnos mais altos com a parte mais pesada da estratégia dos seus
adversários!
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ARQUIVOS DE RAVNICA
Arquivo 3: A Guilda Dimir
Parte 2 de 2: O
Cotidiano
Conto 3 – Sol de Outono
Caminho calmamente pelas vielas da cidade com minha agenda
em mãos. Não pretendia sair hoje, muito menos em um horário tão inconveniente.
Porem minha caneta pena perdeu a ponta no meio de uma importante anotação. Olho
pela fresta no telhado e avisto o Sol; seus raios já iluminam boa tarde da
cidade, a feira da região oeste já deve ter começado. Apresso o passo. De
qualquer forma, em contrapartida, é mais no início da feira que os comerciantes
estão mais suscetíveis a diminuírem os preços pelo sono ainda nos olhos, até
mesmo sem a necessidade de técnicas alternativas de persuasão.
Sou obrigado a sair da meia penumbra pois me aproximo da
feira; seria pedir muito poder fazer todas as compras fora da luz do dia. Esse
luxo, somente depois dos portões da Casa. O clima nessa época da cidade fica
horrível. Tudo se torna tão claro, cores quentes e vivas, dês das folhas ao
sorriso dos cidadãos. Levanto as golas do meu sobretudo e puxo meu capuz. Para
os fora da Casa Dimir, o ato de andarmos assim sempre foi visto como algo
envolto de egocentrismo, mistério, e principalmente estilo. Sempre me incomodou
o fato de não notarem o obvio: essa vestimenta permite ver tudo, enquanto do
seu rosto, não veem nada. Sua expressão fica totalmente vedada, protegida de
toda luz, e jamais vão saber se você está calmo, furioso ou, principalmente,
enganando.
Adentro na feira. Passo me desviando de vários sem Guildas
que vieram adquirir os ingredientes para o seu calmo, sem graça e comum almoço.
Uma centaura Selesnya prontamente chama a minha atenção e me entrega um
panfleto, juntamente com um sorriso que chega a ser assustador de estático.
‘’Lute por uma causa nobre!’’ ela me diz, altiva, e continua
seu caminho. Por que essa Guilda nunca consegue ficar na deles? No planfeto,
alguma coisa qualquer menos importante que o meu objetivo aqui. Eu o enrolo e
coloco no bolso.
Começo a olhar as bancas em busca de algo que me chame
atenção; as ideias em minha cabeça estão cada vez menos frescas. Números,
endereços, uma complexa e completa logística que não pode ser perdida, nem ao
menos esquecida por partes, começa a se despedaçar como fragmentos em minha
cabeça. Balanço a cabeça, desviando a terrível ideia de perder informações.
Preciso de uma caneta.
Paro subitamente com um brilho dourado vindo do meu
periférico. Em cima de uma das bancas, uma belíssima caneta preta se repousava.
Eu me aproximo da banca. Ela era azul, mas não um azul chamativo. Era de um
azul escuro, brilhante. Contornos dourados, puro ouro fino, cresciam ao seu
entorno, circulando e uma ponta até a outra. De fato um belíssimo exemplar.
‘’1 moeda de ouro pela caneta’’ eu digo observando a caneta.
‘’Hahaha, vocês Dimir acham que sempre sabem o preço das
coisas, pelo menos o preço que vocês querem pagar, é claro.’’ o comerciante me
diz ‘’São 3 moedas de ouro, essa caneta é originada de Utvara. Mas você sabe
muito bem disso.’’
‘’Utvara, sei.’’ eu finalmente ergo a cabeça e o observo. É
um humano, careca, acima do peso, estatura média, expressão desconfiada,
postura defensiva, objeto comum, fácil persuasão. Pego a caneta e passo a
observa-la.
‘’Se isso for mesmo de Utvara, vale a minha moeda de ouro’’
digo enquanto o olho através de minha gola e da caneta.
‘’Olha, apenas porque estamos no início desse belo dia, faço
a duas moedas de ouro. Mas é para fecharmos mesmo’’.
‘’Um de ouro, uma de bronze.’’ rebato
‘’Uma de ouro e uma de prata’’
Eu coloco a mão em meu bolso e puxo as moedas. Entre os meus
dedos a mostro, com a mão aberta, uma moeda de ouro e duas de bronze.
‘’Ok ok’’ ele me diz. Eu o entrego as moedas e já me viro.
Rapidamente molho minha nova pena no frasco de tinta preso a minha cintura e
abro meu caderno de anotações. Essa caneta vale muito mais que três moedas de
ouro. Mas isso não importa, preciso
passar as anotações da minha cabeça para a agenda rapidamente. Pressiono a pena
sobre a folha.
Ao meu lado, um pouco distante, um comerciante aparenta relatar
algo a um guarda Boros de baixo escalão. O guarda está de costas para mim,
enquanto o comerciante está de frente. Sem muito perceber, acabo escutando a
conversa.
‘’Eu estou te dizendo, a cada dia que passa essa raça
chamada Golgari fica cada vez mais folgada’’ o comerciante esbraveja para o
guarda ‘’Ela simplesmente pegou o produto, jogou as moedas que não pagavam nem
metade do preço, e foi embora!’’ sua expressão não parece nada contente, ele
gesticula com as mãos e gera uma boa abertura nos lábios ao falar. Mais um
problema publico, dentro da cidade, a luz do dia. Apenas um Golgari de fato
conseguiria deixar tantos rastros em um serviço sujo. Ele continua ‘’Eu falo
todo o dia, todo o dia! Todo mundo aqui em volta sabe. Nos damos muito
liberdade para essa Guilda de Ratos ao deixarmos eles saírem as ruas assim,
livremente! Por que não fazem um cadastramento de todos que saem e entram
daquele esgoto enorme que chamam de casa? E agora fica nisso, fica por isso mesmo.
Vocês Boros nunca fazem o serviço de vocês direito. Onde estava um de vocês
aqui quando isso aconteceu? No final, vai ficar por isso mesmo. Eu saio no
prejuízo, enquanto vocês ficam por ai, na ronda de vocês fingindo que fazem
algo.’’
Acho toda a situação engraçada de tão constrangedora.
Balanço minha cabeça lentamente enquanto dirijo a pena novamente ao topo da
folha.
‘’Certo, Senhor.’’ A Guarda diz, e é então que paro de vez
minha mão sobre a folha. Sua voz... ‘’ Você poderia descrever novamente o item
furtado?’’
Olho em direção daquela voz. De relance vejo seu rosto. Ela
é ruiva, e mesmo à distância, consigo ver o brilho de seus olhos verdes. Suas
mãos brancas estão rentes a um caderno de ocorrências. Seus cabelos,
bagunçados, soltos, balançam enquanto gesticula de maneira firma.
‘’Eu preciso de uma descrição completa, assim poderia
inventariar o item e manter uma busca’’ sua voz é tão fina.
Começo lentamente a andar para uma posição mais
privilegiada, uma que posso ver o seu rosto. Me encosto em uma banca perto, e
finjo anotar coisas em meu caderno de cabeça baixa. Porem meus olhos estão
totalmente na cena. Seu rosto era como eu imaginava; fino, porém não muito. Ela
gesticula com braços, parece tentar acalmar o comerciante. Logo mais faz mais
anotações em seu caderno e então o guarda. Coloca a mão no ombro do desolado
comerciante, dá um aceno de cabeça tranquilizador, e então se retira sumindo de
minha vista, indo em direção a rua principal da feira.
Eu começo a pincelar a agenda e só quando termino vejo que
aquilo não faz o mínimo sentido. Todos os dados da minha cabeça se esvaíram.
Essa estranha sensação que estou sentindo. Franzo os cenhos,
sozinho no canto da rua. Deve ser ansiedade, penso.
-
Ando de um lado para o outro em meio a escuridão do beco.
Achar o seu endereço, seu número e seu nome foi a parte mais simples. Porém,
agora, eu não faço ideia de como prosseguir. Estou em frente a sua casa. Me
agrada a conveniência do apagão ocorrido em todos os postes da rua momentos
atrás, uma breve cortesia Izzet; transformando busca desenfreada por
conhecimento, em explosões no final. De qualquer forma, isso me deixa mais
livre aqui em baixo, no escuro total.
Sua janela está logo ali, a luz das velas estão acessas. Um
sombra, a silhueta do o que poderia ser uma pessoa, tremula contra a parede.
Seria ela, ou uma outra pessoa? O Boros são tão previsíveis, sempre a risca dos
comandos de algo superior e sem sentido, sempre tão faceis de serem
desmontados. Mas por que estou com essa estranha sensação de estar a um passo
atrás de uma mera recruta deles?
Na realidade, para mim é um mistério a razão do o que me faz
estar aqui, a esta hora da noite, em frente para sua casa. Talvez fosse por
impaciência, ao certo. Com minhas mãos
dentro do sobretudo dou passadas impacientes pelo chão de pedra. Eu paro contra
a parede, encosto minha cabeça contra o muro e me ponho a pensar. Eu poderia ir
até sua porta, bater como se fosse algo normal. Diria que a vi esses dias e...
Não, não. Isso é horrível. É tão expositivo! Como eu poderia dizer que estava a
observando de longe em algum lugar por ai? Isso soaria bizarro.
Ela talvez saia para comprar algo para jantar, e então eu
poderia chegar ao seu encontro e dizer... não, isso seria ainda mais
inconveniente. Pareceria que fiquei aqui, por horas, observando sua porta. Eu
preciso pensar em algo, alguma outra coisa. Esse estranho aperto no peito que
não para, como se algo devesse acontecer. Eu divago sobre o meu dilema, e então
penso em como geralmente progrido. Como progredi até aqui, afinal.
Informações.
Sim, sim. Eu já tenho vários dados, porém não são o
suficiente. Não é todo o necessário. Se eu conseguir mais, montar um banco de
informações é o próximo passo. Com isso o que fazer, e como fazer, será a coisa
mais fácil e clara. Olho a sua janela, ela está fechada. É um modelo
supersimples. Madeira de mogno, duas partes, vidro comum. A fechadura deve ser
um insulto de tão ridícula.
Eu subo no prédio de frente para o seu, segurando com uma
mão em uma deformidade do prédio, eu me viro no ar e tenho a clara visão do
canto mais próximo do seu quarto; ao mesmo tempo que estou completamente
invisível aqui. Fico ali nessa posição, dependurado, por alguns bons minutos. Em
um momento consigo ver sua mão repousando uma espécie de agenda sobre uma das
cômodas ao lado de sua cama.
Desço e rapidamente já estou nas bordas de sua janela.
Através do vidro da janela, a olho de relance. Ela está de costas, sentada na
cama. Parece polir sua armadura. Sinto uma sensação estranha, que chega a ser
absurda para mim. Pela primeira vez me sinto incomodado por estar observando
alguém, na surdina. Suas costas estão quase completamente lisas, apenas uma
grossa e gasta faixa a tampa. Eu desvio meu olhar sem saber o porquê.
Certo, eu preciso terminar isso logo. Como o previsto, sem
nenhuma dificuldade abro o pequeno cadeado de sua janela. O jogo para trás, por
cima do ombro, ele vai parar em algum canto distante da cidade. Usar isso para
fechar algo é a mesma coisa que não usar nada. Com cuidado abro a janela, nenhum
ruído. Puxo rapidamente a agenda sobre a cômoda e a guardo dentro do meu
sobretudo. É um diário. Já estou na metade da descida para o encontro da rua
quando subitamente paro. Olho para cima avistando sua janela aberta. Balanço a
cabeça negativamente zombando dos meus próprios pensamentos. Subo novamente.
Puxo de minha bolsa de serviço um cadeado idêntico ao dela, porém, esse é de
uma qualidade Dimir. O encaixo na janela aberta e desço novamente.
Isso irá impedir que abram tão facilmente sua janela.
-
Com um café sobre a mesa, repasso as últimas anotações da
minha agenda. Uma dupla de Izzets, exaltados se sentam em uma mesa próxima.
Eles riem abertamente de algum acontecimento muito engraçado. Pelo menos para
eles. Dou um gole no café com gotas de mel tão bem falado no diário emprestado
da Recruta. De fato, o café aqui é incrível. E eu nem gosto de café.
Pego minha caneta pena. A coloco sobre o papel, respiro
fundo e a olho a distância. Seu cabelo é tão vermelho e brilhante que poderia
ser confundindo com as folhas das arvores nesse outono. Olho novamente para
minha folha. ‘’Sol de Outono’’, escrevo no topo.
Arte: Raquel Araujo
Sejam bem-vindos aos Arquivos de Ravnica.
Aqui vocês terão o completo estudo sobre 5 das 10 guildas de Ravnica. Serão estudadas: Os Golgaris, Os Boros, Os Dimir, Os Selesnya e os Izzets. Vocês encontrarão todo o material reunido pelos Tutores, trago direto de Ravnica. Assim como também estudos sobre esse material e analise dos mesmos. Será de grande importância estarmos preparados para a nossa futura viagem a Cidade de Ravnica, e não conseguiremos isso sem ter o total entendimento sobre o funcionamento das Guildas; mecanismo que rege o modo de vida, a política e até a cultura do Plano. Cada Estudo sobre Guildas será dividido em duas partes: a primeira parte sendo a parte técnica, e outra a parte do Cotidiano.
- Parte Técnica: na parte Técnica passaremos por toda a estrutura da Guilda estudada no dia, falando sobre suas características, seus membros e seus objetivos.
- Parte do Cotidiano: olhar apenas o lado genérico, o lado mais exposto, não é a nossa visão. Aqui faremos uma leitura sobre o Cotidiano de um membro comum da respectiva Guilda estudada. Mostraremos um exemplo do o que seria um dia-a-dia na maior Cidade do Multiverso, algo que trará uma profundidade ainda maior sobre o que é ser membro de uma Guilda.
Com esses dois tópicos vocês, Planeswalkers da Academia Bacon Arcano, poderão ter não só o entendimento sobre as Guildas, mas também ter afeição por alguma (ao ponto de se identificar dentro dos próprios conceitos da Guilda) como ter repulsa (não concordando com os ideais da mesma).
Esse é Objetivo principal desse trabalho realizado pelos Tutores: conheçam Ravnica, a Cidade das Guildas, de uma maneira nunca antes vista.
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Hoje no terceiro dia de estudo vamos estudar a guilda que é
altamente perigosa. É perverso, mas sutil. Implacável mas cuidadoso. Brutal mas
secreto: *A Guilda Dimir*
ARQUIVOS DE RAVNICA
Arquivo 3: A Guilda Dimir
Parte 1 de 2 –
Técnica
Nome: A Casa Dimir
- CONTEXTO:
Então, o que acontece quando você mistura o desejo de mudar
o mundo com o desejo de controlá-lo? Você tem os Dimir, a guilda cujo objetivo
principal é subverter o mundo para seus próprios meios. (O mais secretamente
possível, é claro). O objetivo final deles, Conhecimento irrestrito e poder
absoluto. Como eles mesmo falam ninguém e todos são seus agentes, as vezes até
sem saberem. Os Dimir são construídos sobre uma rede de segredos e acordos de
por detrás dos panos, e podem contar com os melhores espiões e assassinos de
Ravnica entre suas fileiras. Os membros do Dimir alinharam o engano e a
manipulação acima de tudo, e o sigilo da guilda foi tão importante para seus
fundadores que foi até mesmo codificado no pacto original da Guilda. Por dez
mil anos, a Casa Dimir só era conhecida por meio de rumores e sussurros. Ainda
hoje, a maioria dos membros da Casa Dimir sabe muito pouco sobre a guilda e sua
liderança. Todas as informações pertinentes sobre a Casa Dimir são estritamente
secretas, mesmo para aqueles que a servem com lealdade inabalável. Aqueles que
não servem ao Dimir ainda podem acreditar que a existência da guilda é um boato
bobo ou uma perigosa teoria da conspiração. Mesmo aqueles que contratam o Dimir
para transportar segredos ou lidar com assuntos delicados discretamente podem
não saber com quem estão trabalhando.
- FUNÇÃO:
Os Dimir são como qualquer guilda de Ravnica, servindo a um
propósito público para o bem da cidade. Eles geralmente servem como
mensageiros, investigadores, repórteres e arquivistas. Eles servem a propósitos
gêmeos: dar ao resto de Ravnica uma face "amiga" da guilda e ser os
olhos e ouvidos do Dimir no nível da rua. Muitos candidatos iniciantes à guilda
Dimir começam como agentes de rua até que possam comprovar sua confiabilidade. Mas
há um nível de Dimir escondido até de seus próprios membros. Em seu nível mais
baixo, o mestre da guilda Lazav e seus contatos diretos guiam e manipulam as
operações da guilda. Os Dimir não têm dias especiais, costumes ou rituais. Á
vista de todos Os Dimir são encorajados a viver vidas previsíveis e cheias de
costumes, sendo o mais normal possível, mantendo empregos estáveis e
participando da comunidade, mas sempre mantendo os olhos e ouvidos abertos,
absorvendo todos os possíveis pedaços de informações, e aguardando seu momento
para finalmente servir a guilda.
- LIDER:
Lazav é o atual mestre de guilda da Casa Dimir. Ele é um
metamorfo poderoso que usa espionagem e uma rede de agentes leais para
consolidar o poder e desentender quem se opõe à sua guilda. Além de ele ser um metamorfo, os
detalhes sobre o Lazav são escassos. Ele afirma receber ordens de algum poder maior.
Lazav usa um manto de couro esvoaçante, feito da pele de algum animal que foi
extinto há muitos anos. Ele é capaz de distorcer a realidade e parece atrair
toda a magia em seu entorno em direção a ele. Depois de Szadek, o último líder
dos dimir, Lazav conseguiu juntar o que restava do Dimir. Um ritual deveria
permitir que eles comungassem com o espírito do mestre anterior, no entanto,
não se sabe se isso era verdade ou apenas um ardil. Desde que a capela Dimir
foi perdida, eles construíram um novo Duskmantle, que substituiu a antiga
estrutura. Lazav pode ser o único qualificado para ser o mestre da guilda
Dimir: ele é um mago que muda de forma e cujo gênio misterioso brilha com
impressões telepáticas de toda a rede de Dimir. Ele se transforma em uma
variedade de disfarces, conforme suas necessidades e planos exigem; ele pode
sair para as ruas da Ravnica como uma viúva idosa para espiar o bazar,
tornar-se um hussardo vedalkeano do Senado de Azorius para se esquivar de um
posto de controle, ou se transformar em um comerciante da Rua Tin para enganar
um nobre passageiro.
- REGIÕES:
Duskmantle: restaurado
mas não revelado. Duskmantle, a capela de Dimir, caiu em desuso após a queda de
Szadek do poder, quando o conhecimento de como encontrá-lo foi perdido.
Duskmantle foi restaurado nas profundezas da área subterrânea de Ravnica,
protegido por alas de memória, para que ninguém realmente saiba se existe,
muito menos se lembra de sua localização exata.
A Biblioteca
Ismeri: uma das principais localizações de Dimir é bem conhecida em toda a
Ravnica: a Biblioteca Ismeri oficialmente sem guilda. A biblioteca está aberta
a todos os cidadãos e é gerida exclusivamente por membros da guilda Dimir.
Muitas guildas - a saber, Azorius, Orzhov e Boros - todos sabem que deve haver
algo acontecendo dentro das paredes da biblioteca, mas elas não foram capazes
de descobrir o quê. O pensamento de crimes sendo cometidos à vista os deixa
loucos enquanto tentam decifrar e detectar o que os Dimir estão fazendo. A
Biblioteca Ismeri é um dos centros de comunicação de Dimir. Mensagens são
magicamente escondidas dentro das centenas de milhares de livros armazenados
aqui. Agentes Dimir usam a biblioteca para trocar mensagens, reunindo
fragmentos de mensagens retirados de vários documentos. Cidadãos Ravnicanos
nunca sabem se o livro ou pergaminho que eles estão lendo podem conter
mensagens criptografadas que soletram atribuições, diretrizes ou alvos de
assassinato de Dimir.
Ponto alto
de Dinrova: ponto de encontro dos magos.
No telhado de um enorme edifício conhecido como Dinrova, os maiores guardiões
do Dimir detêm o conselho. Normalmente, o telhado está fechado. Durante os
ritos noturnos, porém, os painéis do teto se abrem, revelando a arquitetura de
morcego do Dinrova, típica do Dimir. Espectros e outros horrores indescritíveis
patrulham os céus acima do Dinrova para afastar os olhos indiscretos ou
visitantes indesejados.
Beco do Bane:
para aqueles que perguntam às pessoas exatas e pagaram as bolsos certos, o beco
do Bane é provavelmente o destino final para ter acesso à ponta da extensa rede
de extorsão, intimidação, assassinato e corrupção de Dimir. Muito cidadãos de
Ravnica com um problema que precisam de ajuda acabaram em Bane apenas para saírem
de lá com várias centenas de moedas faltando, sem a menor ideia de por onde
passou. Mas quando a pessoa retorna para casa, o problema foi misteriosamente
resolvido.
Nightveil: o
recinto de Nightveil é onde a elite Dimir reside. Construído em um trecho de
terra que tem entre suas características um elaborado sistema natural de
cavernas, Nightveil é um paraíso para os aventureiros urbanos, se é possível
passar pelos guardiões espectrais de patrulha. Túneis e portões entortam e
giram, levando a criptas afundadas e mansões de paredes altas, todas no estilo
de arquitetura de Dimir. Embora haja grande suspeita sobre o envolvimento dos
residentes de Nightveil em várias tramas sombrias, de alguma forma eles escapam
de todas as tentativas de identificar qualquer irregularidade neles. Isso se
deve ao meticuloso apagamento de Dimir de toda e qualquer trilha de memória
para eles, mas também a seus numerosos agentes plantados nas várias guildas
envolvidas no julgamento de empreendimentos criminosos. Os crimes da lei de
Orzhov, os advogados de Azorius e os comandantes de Wojek têm entre eles
agentes da Casa Dimir.
Aqui está um
compilado de frases que definem a opinião dos Dimir para com as demais Guildas:
Azorius:
"Que desperdício de poder do verdadeiro conhecimento. Deixe-os embaralhar
seus papéis um pouco mais."
Orzhov:
"Suas estruturas ostensivas são uma fachada para suas mentes minúsculas e
podres".
Izzet:
"Eles são verdadeiros buscadores de conhecimento, mas suas ferramentas são
caóticas e carentes de direção".
Rakdos:
"Sua carne está disposta, mas suas mentes são fracas".
Golgari*
"Pegue nossos cadáveres e nosso lixo, e não se esqueça de levar o seu
cheiro com você."
Gruul:
"Sempre que precisamos de um motim, um bode expiatório, ou ambos, os Gruul
são sempre tão convenientes".
Boros:
"Qualquer coisa tão previsível pode ser destruída ou alterada com um
mínimo de previsão".
Selesnya:
"Assim que pudermos nos infiltrar na Worldsoul, eles nos servirão como
nenhuma outra guilda poderia."
Simic:
"Suas mentes são estranhas, mas a curiosidade nos intriga. Precisamos
encontrar uma maneira de saber mais."
- AS MAGIAS DIMIR:
Nessa sessão vocês poderão ter uma breve visão dos estilos
das magias da Casa Dimir, podendo assim usar esse estudo a favor de vocês,
mantendo-se salvos de situações de possível confronto com a Guilda, como também
usar das próprias magias para se protegerem.
- Nightveil
Sprite:
Aqui temos uma criatura de duas manas, sendo uma azul, 1/ 2
em poder e resistência; uma fada representante dos Dimir. Ela possui voar e
Survey, sendo a segunda a mais nova habilidade Dimir! Survey, que em português
fica ‘’Vigiar’’ representa muito bem os Dimir. Com essa habilidade você poderá
manipular um número de cartas do topo do seu grimorio (sendo o tanto de cartas
o Numero do Vigiar).
O Vigiar funciona como um Scry, permitindo você olhar as
cartas do topo do seu grimorio e coloca-las de volta, escolhendo sua ordem caso
seja mais de uma. Porém, com o Scry, caso você não queira a carta, você poderá
manda-la para o fundo do grimorio. Com *Survey*, ao em vez de mandar as cartas
‘’indesejadas’’ para o fundo do seu grimorio, você as mandará para o seu cemitério
caso assim queira. Isso é algo extremamente interessante e pode funcionar até
melhor que o Scry, caso o seu grimorio tenha uma boa interação com o cemitério,
é claro.
Essa nova habilidade está representada na Nightveil Sprite. Toda vez que ela
atacar, você usará Vigiar 1 (olhará a carta do topo do seu grimorio e a
colocará de volta no topo, ou em seu cemitério)
Tem uma
habilidade tão Dimir como Vigiar? E o Flavor da Nightveil Sprite também
representa bem a Guilda:
‘’Estamos no
quadragésimo andar, com uma janela e sem varanda. É impossível alguém entrar’’
- Minosz, chefe da seguraça Orzhov (possivelmente
minutos antes de ser furtado por um Dimir)
- Discovery/
Dispersal
Temos aqui mais um Split Card incrível, esses cards únicos
que possuem um estilo 2 em 1, podendo você optar por usar ou um lado, ou outro.
Dessa vez esse Split Card contextualiza bem dois tipos de Magias dessa Guilda.
De um lado Discovery (Descoberta), você tem um feitiço de duas manas, sendo uma
genérica e uma hibrida Dimir (azul OU preta), com ele você usará Survey 2
(olhando assim 2 cartas do topo do seu grimorio) e logo depois comprará uma
carta. Do outro lado, Dispersal (Desarticulação) você tem uma instantânea de 5
manas, sendo 3 genericas, 1 preta e 1 azul. O efeito é bem poderoso e poderá
atrasar ou até mesmo desmantelar bem a estratégia dos seus oponentes: Cada
oponente retornará para sua mão uma permanente que não seja terreno com o maior
custo de mana entre as permanentes que ele controla, e logo depois cada
oponente descartará uma carta. De um lado (Descoberta) uma mágica simples e
extremamente eficaz, que poderá manipular as suas compras de cartas seguintes,
te gerar uma compra e até mesmo achar peças importantíssimas para sua
estratégia dentro do grimorio. Do outro lado (Desarticulação), uma mágica que
lidará bem nos turnos mais altos com a parte mais pesada da estratégia dos seus
adversários!
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ARQUIVOS DE RAVNICA
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ARQUIVOS DE RAVNICA
Arquivo 3: A Guilda Dimir
Parte 2 de 2: O
Cotidiano
Conto 3 – Sol de Outono
Caminho calmamente pelas vielas da cidade com minha agenda
em mãos. Não pretendia sair hoje, muito menos em um horário tão inconveniente.
Porem minha caneta pena perdeu a ponta no meio de uma importante anotação. Olho
pela fresta no telhado e avisto o Sol; seus raios já iluminam boa tarde da
cidade, a feira da região oeste já deve ter começado. Apresso o passo. De
qualquer forma, em contrapartida, é mais no início da feira que os comerciantes
estão mais suscetíveis a diminuírem os preços pelo sono ainda nos olhos, até
mesmo sem a necessidade de técnicas alternativas de persuasão.
Sou obrigado a sair da meia penumbra pois me aproximo da
feira; seria pedir muito poder fazer todas as compras fora da luz do dia. Esse
luxo, somente depois dos portões da Casa. O clima nessa época da cidade fica
horrível. Tudo se torna tão claro, cores quentes e vivas, dês das folhas ao
sorriso dos cidadãos. Levanto as golas do meu sobretudo e puxo meu capuz. Para
os fora da Casa Dimir, o ato de andarmos assim sempre foi visto como algo
envolto de egocentrismo, mistério, e principalmente estilo. Sempre me incomodou
o fato de não notarem o obvio: essa vestimenta permite ver tudo, enquanto do
seu rosto, não veem nada. Sua expressão fica totalmente vedada, protegida de
toda luz, e jamais vão saber se você está calmo, furioso ou, principalmente,
enganando.
Adentro na feira. Passo me desviando de vários sem Guildas
que vieram adquirir os ingredientes para o seu calmo, sem graça e comum almoço.
Uma centaura Selesnya prontamente chama a minha atenção e me entrega um
panfleto, juntamente com um sorriso que chega a ser assustador de estático.
‘’Lute por uma causa nobre!’’ ela me diz, altiva, e continua
seu caminho. Por que essa Guilda nunca consegue ficar na deles? No planfeto,
alguma coisa qualquer menos importante que o meu objetivo aqui. Eu o enrolo e
coloco no bolso.
Começo a olhar as bancas em busca de algo que me chame
atenção; as ideias em minha cabeça estão cada vez menos frescas. Números,
endereços, uma complexa e completa logística que não pode ser perdida, nem ao
menos esquecida por partes, começa a se despedaçar como fragmentos em minha
cabeça. Balanço a cabeça, desviando a terrível ideia de perder informações.
Preciso de uma caneta.
Paro subitamente com um brilho dourado vindo do meu
periférico. Em cima de uma das bancas, uma belíssima caneta preta se repousava.
Eu me aproximo da banca. Ela era azul, mas não um azul chamativo. Era de um
azul escuro, brilhante. Contornos dourados, puro ouro fino, cresciam ao seu
entorno, circulando e uma ponta até a outra. De fato um belíssimo exemplar.
‘’1 moeda de ouro pela caneta’’ eu digo observando a caneta.
‘’Hahaha, vocês Dimir acham que sempre sabem o preço das
coisas, pelo menos o preço que vocês querem pagar, é claro.’’ o comerciante me
diz ‘’São 3 moedas de ouro, essa caneta é originada de Utvara. Mas você sabe
muito bem disso.’’
‘’Utvara, sei.’’ eu finalmente ergo a cabeça e o observo. É
um humano, careca, acima do peso, estatura média, expressão desconfiada,
postura defensiva, objeto comum, fácil persuasão. Pego a caneta e passo a
observa-la.
‘’Se isso for mesmo de Utvara, vale a minha moeda de ouro’’
digo enquanto o olho através de minha gola e da caneta.
‘’Olha, apenas porque estamos no início desse belo dia, faço
a duas moedas de ouro. Mas é para fecharmos mesmo’’.
‘’Um de ouro, uma de bronze.’’ rebato
‘’Uma de ouro e uma de prata’’
Eu coloco a mão em meu bolso e puxo as moedas. Entre os meus
dedos a mostro, com a mão aberta, uma moeda de ouro e duas de bronze.
‘’Ok ok’’ ele me diz. Eu o entrego as moedas e já me viro.
Rapidamente molho minha nova pena no frasco de tinta preso a minha cintura e
abro meu caderno de anotações. Essa caneta vale muito mais que três moedas de
ouro. Mas isso não importa, preciso
passar as anotações da minha cabeça para a agenda rapidamente. Pressiono a pena
sobre a folha.
Ao meu lado, um pouco distante, um comerciante aparenta relatar
algo a um guarda Boros de baixo escalão. O guarda está de costas para mim,
enquanto o comerciante está de frente. Sem muito perceber, acabo escutando a
conversa.
‘’Eu estou te dizendo, a cada dia que passa essa raça
chamada Golgari fica cada vez mais folgada’’ o comerciante esbraveja para o
guarda ‘’Ela simplesmente pegou o produto, jogou as moedas que não pagavam nem
metade do preço, e foi embora!’’ sua expressão não parece nada contente, ele
gesticula com as mãos e gera uma boa abertura nos lábios ao falar. Mais um
problema publico, dentro da cidade, a luz do dia. Apenas um Golgari de fato
conseguiria deixar tantos rastros em um serviço sujo. Ele continua ‘’Eu falo
todo o dia, todo o dia! Todo mundo aqui em volta sabe. Nos damos muito
liberdade para essa Guilda de Ratos ao deixarmos eles saírem as ruas assim,
livremente! Por que não fazem um cadastramento de todos que saem e entram
daquele esgoto enorme que chamam de casa? E agora fica nisso, fica por isso mesmo.
Vocês Boros nunca fazem o serviço de vocês direito. Onde estava um de vocês
aqui quando isso aconteceu? No final, vai ficar por isso mesmo. Eu saio no
prejuízo, enquanto vocês ficam por ai, na ronda de vocês fingindo que fazem
algo.’’
Acho toda a situação engraçada de tão constrangedora.
Balanço minha cabeça lentamente enquanto dirijo a pena novamente ao topo da
folha.
‘’Certo, Senhor.’’ A Guarda diz, e é então que paro de vez
minha mão sobre a folha. Sua voz... ‘’ Você poderia descrever novamente o item
furtado?’’
Olho em direção daquela voz. De relance vejo seu rosto. Ela
é ruiva, e mesmo à distância, consigo ver o brilho de seus olhos verdes. Suas
mãos brancas estão rentes a um caderno de ocorrências. Seus cabelos,
bagunçados, soltos, balançam enquanto gesticula de maneira firma.
‘’Eu preciso de uma descrição completa, assim poderia
inventariar o item e manter uma busca’’ sua voz é tão fina.
Começo lentamente a andar para uma posição mais
privilegiada, uma que posso ver o seu rosto. Me encosto em uma banca perto, e
finjo anotar coisas em meu caderno de cabeça baixa. Porem meus olhos estão
totalmente na cena. Seu rosto era como eu imaginava; fino, porém não muito. Ela
gesticula com braços, parece tentar acalmar o comerciante. Logo mais faz mais
anotações em seu caderno e então o guarda. Coloca a mão no ombro do desolado
comerciante, dá um aceno de cabeça tranquilizador, e então se retira sumindo de
minha vista, indo em direção a rua principal da feira.
Eu começo a pincelar a agenda e só quando termino vejo que
aquilo não faz o mínimo sentido. Todos os dados da minha cabeça se esvaíram.
Essa estranha sensação que estou sentindo. Franzo os cenhos,
sozinho no canto da rua. Deve ser ansiedade, penso.
-
Ando de um lado para o outro em meio a escuridão do beco.
Achar o seu endereço, seu número e seu nome foi a parte mais simples. Porém,
agora, eu não faço ideia de como prosseguir. Estou em frente a sua casa. Me
agrada a conveniência do apagão ocorrido em todos os postes da rua momentos
atrás, uma breve cortesia Izzet; transformando busca desenfreada por
conhecimento, em explosões no final. De qualquer forma, isso me deixa mais
livre aqui em baixo, no escuro total.
Sua janela está logo ali, a luz das velas estão acessas. Um
sombra, a silhueta do o que poderia ser uma pessoa, tremula contra a parede.
Seria ela, ou uma outra pessoa? O Boros são tão previsíveis, sempre a risca dos
comandos de algo superior e sem sentido, sempre tão faceis de serem
desmontados. Mas por que estou com essa estranha sensação de estar a um passo
atrás de uma mera recruta deles?
Na realidade, para mim é um mistério a razão do o que me faz
estar aqui, a esta hora da noite, em frente para sua casa. Talvez fosse por
impaciência, ao certo. Com minhas mãos
dentro do sobretudo dou passadas impacientes pelo chão de pedra. Eu paro contra
a parede, encosto minha cabeça contra o muro e me ponho a pensar. Eu poderia ir
até sua porta, bater como se fosse algo normal. Diria que a vi esses dias e...
Não, não. Isso é horrível. É tão expositivo! Como eu poderia dizer que estava a
observando de longe em algum lugar por ai? Isso soaria bizarro.
Ela talvez saia para comprar algo para jantar, e então eu
poderia chegar ao seu encontro e dizer... não, isso seria ainda mais
inconveniente. Pareceria que fiquei aqui, por horas, observando sua porta. Eu
preciso pensar em algo, alguma outra coisa. Esse estranho aperto no peito que
não para, como se algo devesse acontecer. Eu divago sobre o meu dilema, e então
penso em como geralmente progrido. Como progredi até aqui, afinal.
Informações.
Sim, sim. Eu já tenho vários dados, porém não são o
suficiente. Não é todo o necessário. Se eu conseguir mais, montar um banco de
informações é o próximo passo. Com isso o que fazer, e como fazer, será a coisa
mais fácil e clara. Olho a sua janela, ela está fechada. É um modelo
supersimples. Madeira de mogno, duas partes, vidro comum. A fechadura deve ser
um insulto de tão ridícula.
Eu subo no prédio de frente para o seu, segurando com uma
mão em uma deformidade do prédio, eu me viro no ar e tenho a clara visão do
canto mais próximo do seu quarto; ao mesmo tempo que estou completamente
invisível aqui. Fico ali nessa posição, dependurado, por alguns bons minutos. Em
um momento consigo ver sua mão repousando uma espécie de agenda sobre uma das
cômodas ao lado de sua cama.
Desço e rapidamente já estou nas bordas de sua janela.
Através do vidro da janela, a olho de relance. Ela está de costas, sentada na
cama. Parece polir sua armadura. Sinto uma sensação estranha, que chega a ser
absurda para mim. Pela primeira vez me sinto incomodado por estar observando
alguém, na surdina. Suas costas estão quase completamente lisas, apenas uma
grossa e gasta faixa a tampa. Eu desvio meu olhar sem saber o porquê.
Certo, eu preciso terminar isso logo. Como o previsto, sem
nenhuma dificuldade abro o pequeno cadeado de sua janela. O jogo para trás, por
cima do ombro, ele vai parar em algum canto distante da cidade. Usar isso para
fechar algo é a mesma coisa que não usar nada. Com cuidado abro a janela, nenhum
ruído. Puxo rapidamente a agenda sobre a cômoda e a guardo dentro do meu
sobretudo. É um diário. Já estou na metade da descida para o encontro da rua
quando subitamente paro. Olho para cima avistando sua janela aberta. Balanço a
cabeça negativamente zombando dos meus próprios pensamentos. Subo novamente.
Puxo de minha bolsa de serviço um cadeado idêntico ao dela, porém, esse é de
uma qualidade Dimir. O encaixo na janela aberta e desço novamente.
Isso irá impedir que abram tão facilmente sua janela.
-
Com um café sobre a mesa, repasso as últimas anotações da
minha agenda. Uma dupla de Izzets, exaltados se sentam em uma mesa próxima.
Eles riem abertamente de algum acontecimento muito engraçado. Pelo menos para
eles. Dou um gole no café com gotas de mel tão bem falado no diário emprestado
da Recruta. De fato, o café aqui é incrível. E eu nem gosto de café.
Pego minha caneta pena. A coloco sobre o papel, respiro
fundo e a olho a distância. Seu cabelo é tão vermelho e brilhante que poderia
ser confundindo com as folhas das arvores nesse outono. Olho novamente para
minha folha. ‘’Sol de Outono’’, escrevo no topo.
Arte: Raquel Araujo
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