Os Arquivos de Ravnica: Parte 2 - Os Boros
Sejam bem-vindos aos Arquivos de Ravnica.
Aqui vocês terão o completo estudo sobre 5 das 10 guildas de Ravnica. Serão estudadas: Os Golgaris, Os Boros, Os Dimir, Os Selesnya e os Izzets. Vocês encontrarão todo o material reunido pelos Tutores, trago direto de Ravnica. Assim como também estudos sobre esse material e analise dos mesmos. Será de grande importância estarmos preparados para a nossa futura viagem a Cidade de Ravnica, e não conseguiremos isso sem ter o total entendimento sobre o funcionamento das Guildas; mecanismo que rege o modo de vida, a política e até a cultura do Plano. Cada Estudo sobre Guildas será dividido em duas partes: a primeira parte sendo a parte técnica, e outra a parte do Cotidiano.
- Parte Técnica: na parte Técnica passaremos por toda a estrutura da Guilda estudada no dia, falando sobre suas características, seus membros e seus objetivos.
- Parte do Cotidiano: olhar apenas o lado genérico, o lado mais exposto, não é a nossa visão. Aqui faremos uma leitura sobre o Cotidiano de um membro comum da respectiva Guilda estudada. Mostraremos um exemplo do o que seria um dia-a-dia na maior Cidade do Multiverso, algo que trará uma profundidade ainda maior sobre o que é ser membro de uma Guilda.
Com esses dois tópicos vocês, Planeswalkers da Academia Bacon Arcano, poderão ter não só o entendimento sobre as Guildas, mas também ter afeição por alguma (ao ponto de se identificar dentro dos próprios conceitos da Guilda) como ter repulsa (não concordando com os ideais da mesma).
Esse é Objetivo principal desse trabalho realizado pelos Tutores: conheçam Ravnica, a Cidade das Guildas, de uma maneira nunca antes vista.
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Em nosso segundo topico de estudos sobre as Guildas de Ravnica, iremos ter como objeto de estudo a Guilda Boros.
ARQUIVOS DE RAVNICA
Arquivo 2: A Guilda Boros
Parte 1 de 2 –
Técnica
Nome: A Legião Boros
- CONTEXTO:
A Legião de Boros é uma guilda com funções cívicas como
qualquer outra. Mas na pratica é um exército. É unificado, como os dedos de um
punho. Queima com paixão, como o sol escaldante. Seu sinete incorpora sua
essência, e todos os que o veem no escudo e nas bandeiras sabem quem marcha
diante deles. É o fogo explosivo da convicção focalizado pelo objetivo correto
de ideais. É o aço sagrado do justo empunhado pela mão furiosa de um guerreiro.
Seja qual for a maneira como você olha, a punho pesado dos boros tem
relevância. Eles unem os conceitos opostos de ordem e caos dando a cada um
deles uma função especifica, disciplina em seu estilo de vida e ideais bem
claros. Seus membros vem da juventude de Ravnica assim como de renegados de
outras guildas que enxergaram um proposito maior. Os Boros acreditam
apaixonadamente na lei; para eles, é a estrutura pela qual a sociedade funciona
e age como um roteiro para a saúde e a segurança da comunidade. Qualquer coisa
que viole a letra da lei, ameace o espírito da lei ou obstrua a aplicação da lei
é considerado um inimigo da Legião de Boros. Na verdade, qualquer um que
discordar dos Boros é um inimigo dos Boros. Vestidos de armadura brilhante e
zelo justo, os soldados da Legião Boros usam aço contra a corrupção e o caos
que roem a alma de Ravnica. Eles reforçam o espírito da lei com um poder
militar poderoso e disciplinado, e estão trabalhando duro para forjar a cidade
em uma comunidade segura e justa para todos. Muitos enxergam os Boros como
carrascos, inimigos ou simplesmente alienados pelo papel que exercem na
comunidade, porem ninguém subestima a determinação e capacidade da guilda.
- FUNÇÃO:
Os Boros são o braço militar e de manutenção da paz da
sociedade de Ravnica. Suas funções vão de policiamento, segurança, investigação
até áreas exclusivamente militares. Se
houver um levante em Ravnica, os Boros estarão lá para acabar com a disputa. Se
há uma briga de bar em qualquer lugar.... Bem, os Boros estarão lá para brigar
também. Enquanto muitos cidadãos de Ravnica consideram os Boros como hipócritas
e rígidos, não há como negar que eles fornecem proteção muito necessária para
os sem guilda sem pedir nada em troca. Os seus ideais e liderança fazem da
guilda uma das guildas mais dispostas a aceitar membros de outras guildas, com
programas de integração educacionais, suporte financeiro e outros direitos.
Isso, é claro, contando que se comprometa a fazer sua parte para a comunidade e
a guilda.
- LIDER:
A mestre bélica por trás dos Boros. O atual
líder da guilda é a anjo Aurélia, uma ex-líder dos anjos que ascendeu ao posto
de arcanjo. Após a morte de Razia, o parun de Boros, e a vergonhosa anterior
mestre da guilda dos anjos, Feather, a líder Aurélia ganhou a autoridade
desafiando a ascendência de Feather, argumentando que um anjo com a honra
manchada não poderia comandar autoridade ou respeito. Muitos concordaram, e os
poucos que não, foram rapidamente envergonhados em silêncio. Agora que sua
autoridade é segura, Aurélia carrega o mesmo respeito e admiração que Razia, o
parun original. Mas enquanto Razia era mais uma figura simbólica, indiferente e
intocável, Aurelia é uma líder ativa e forte que está diretamente envolvida com
seus subordinados. Aurélia acredita que a fraqueza não
pode ser tolerada nas fileiras de Boros. Ela defende novas táticas de batalha e
coordena grupos de assalto. Com efeito, Aurelia tomou todos os ideais de Boros
existentes e aumentou sua intensidade. Para os estrangeiros, ela é uma belicista.
Para seus devotados seguidores, ela está cortando velhas ineficiências para
alcançar um efeito maior enquanto permanece fiel aos ideais da guilda. A
estrutura rígida e bem definida da guilda permite que apenas anjos, nascidos do
sentimento de justiça e ordem sejam dignos de comandar a guilda e ocupar as
patentes mais altas.
- REGIÕES:
Sunhome: fortaleza
da Legião de Boros, é o ponto principal dos Boros em Ravnica, é uma fortaleza,
um quartel e um local de culto aos ideais da guilda. É impenetrável, serve como
símbolo do poderio militar e é a base das operações da Liga de Wojek.
Estação
Augustin: a principal estação dirigível do Décimo Distrito. Uma estátua de 10
pés de altura de Agrus Kos tornou-se um ponto de encontro para veteranos, a
turba e espiões de Dimir.
Academia
Militar Horizon: liderado pelo Comandante Yasze e sede do Teatro do
Recrutamento. Aurélia acredita que, para criar a sociedade perfeita de Boros, a
guilda deve se concentrar nos jovens, de modo que, enquanto os outros ramos
militares têm seus próprios centros de treinamento, Aurélia intencionalmente
fez deste local o carro-chefe de seus esforços educacionais. Também é o
principal centro de treinamento de cavaleiros alados.
Dravhoc: um
distrito fundado em uma montanha, construído em terraços e cercado de lava.
Favarial: um distrito construído em um grande corpo de água doce. Um dos distritos mais
ricos.
Base Zelzo: liderado pelo Tenente Anksa, a wojek mais jovem a chegar a seu posto. É sede do
Teatro da integridade, responsável por acabar com as atividades criminosas dos
Dimir e de investigar a teia do crime que se estende até o Orzhov e
possivelmente outras guildas também. A pedido de Aurelia, Anksa nomeou um grupo
especial para investigar uma nova invenção da Izzet - parte da Iniciativa
Warmind - que neutraliza os espíritos. Internamente, o grupo é chamado de Dead
Brigade. Aurelia é paranoica sobre fantasmas, particularmente o Conselho
Fantasma de Orzhov, e quer eliminar a ameaça.
Fortaleza
Kamen: sede do Teatro da Ordem.
Liderado pelo comandante minotauro, Grozdan. É a base designada para prender ou
eliminar os assassinos Rakdos e serial-killers. As ordens de Aurelia afirmam
que a ameaça de violência aleatória é uma doença fatal a comunidade e deve ser
erradicada.
- OPINIÕES:
Aqui está um
compilado de frases que definem a opinião dos Boros para com as demais Guildas:
Azorius: "Pontificadores legalistas e arrogantes que usam a lei como arma para
exercer poder que não merecem."
Orzhov: "Pretendentes egoístas sem senso de justiça ou honra."
Dimir: "Cobras imorais que precisam ser exterminadas pelo bem da
comunidade".
Izzet: "Enquanto sua habilidade mágica for controlada, pode ser benéfica para a
sociedade".
Rakdos: "Ratos imorais que precisam ser exterminados pelo bem da comunidade".
Golgari: "Uma guilda infeliz que serve uma função necessária para o bem de
todos."
Gruul: "Almas perdidas que não foram expostas à verdadeira correção, mas vão
abraçar os ideais de Boros se tiverem a oportunidade certa."
Selesnya: "Enquanto sua devoção à comunidade é nobre, eles estão equivocados sobre
como uma sociedade perfeita deve ser."
Simic: "Uma guilda perdulária preocupada com experiências misteriosas e sem
sentido."
- AS MAGIAS BOROS:
Nessa sessão vocês poderão ter uma breve visão dos estilos das magias da Legião Boros, podendo assim usar esse estudo a favor de vocês, mantendo-se salvos de situações de possível confronto com a Guilda, como também usar das próprias magias para se protegerem.
- Integrity/ Intervention
De um lado, integrity, por uma Hibrida vermelha ou branca
(você poderá pagar ou uma, ou outra) você tem uma instantânea com o seguinte
efeito:
A criatura alvo ganha +2/+2
Algo que pode ser bem versátil para pegar um oponente de
surpresa em um combate!
Já no lado Intervention temos, por 4 manas, sendo 2
genéricas, uma branca e uma vermelha, uma instantânea com o seguinte efeito:
Intervention causa 3 de dano em qualquer alvo e você ganha 3
pontos de vida
Uma boa gama de opções que podem ajudar em um combate ou
remover algum obstáculo do caminho com um raio angelical enquanto cura você!
Além de versátil a carta traz consigo conceitos que os boros se baseiam e que
aplicam.
- Boros Challenger
Aqui temos uma criatura humano guerreiro de custo convertido
de 2 manas, sendo uma branca e uma vermelha. Ele tem 2 de poder, e 3 de
resistência. Uma habilidade ativada que por 1 mana branca, 1 vermelha e 2 incolores
o dá +1/+1 até o final do turno. Nele
também temos uma palavra-chave que traz a nova mecânica dos boros: Mentor.
Com o Mentor você terá um benefício de veteranos em campo de
batalha ensinando na pratica suas outras criaturas menos experientes como
melhorar a cada combate. Veja suas
pequenas criaturas se tornarem campeões a cada turno! A essência militar e
principalmente de trabalho em equipe Boros não poderia ser melhor representada.
Pela habilidade de Mentor, quando a criatura com Mentor atacar, você poderá
colocar um marcador + 1 / + 1 em outra criatura atacante com menor poder que o
poder da criatura com Mentor. Dando a possibilidade de novos recrutas como
goblins ou soldados menores de crescerem ao combater ao lado dessa criatura.
Com a habilidade dela de aumentar seu poder investindo um pouco de mana ela
estende o alcance do Mentor! Vemos nessa
carta o quanto um oficial Boros em campo pode representar uma ameaça em campo
quando seu oponente permite que ele faça o que ele nasceu e treinou para fazer.
Além do texto da carta deixar claro o quanto cada membro dessa guilda é
competente em sua função e confiante.
“Mandem vir o capitão de vocês, preciso me exercitar um
pouco’’
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ARQUIVOS DE RAVNICA
Arquivo 2: A Guilda Boros
Parte 2 de 2 – O Cotidiano
Conto 2 – Metal e Tinta
Termino minha ronda ao fim da tarde e coloco minha marcha
em direção a casa. A Cidade
de Ravnica fica incrível nessa época. As arvores viram sois quentes espalhados
pelas ruas mais bem cuidadas. As folhas quentes caem em aspirais até ao chão. O
clima ameno toma conta dos músculos, e nos faz menos tensos até mesmo em meio a
patrulhas nos Becos Grulls. Esse sentimento gera uma sensação que aparenta
tomar conta de todos, até mesmo os cidadãos mais desconfiados parecem passar
menos esguios ao lado de uma Patrulha Boros.
Passo algum tempo divagando sobre como cores vivas e o ar
fresco podem mudar o comportamento das pessoas e sem nem ao menos perceber
tranco a porta da minha casa. Aqui dentro tudo é muito pequeno. Apenas dois
cômodos que se dividem entre quarto e banheiro. A praticidade me apetece muito.
Minha cama, minhas duas cômodas, meu guarda roupa e o espaço especial reservado
para meus equipamentos. Somente o necessário, e somente o mais importante
sempre a vista.
Despindo meu uniforme sinto o vento batendo as minhas
costas. Havia deixado a janela aberta mais cedo. Vou até ela e me demoro
olhando a calma rua lá em baixo. Na penumbra amarelada, há apenas o vento
transpassando através dos corredores de pedra, ricocheteando nos postes que
calmamente iluminam a rua. As luzes amareladas dos postes começam a piscar.
Cerro meu cenho. As luzes piscam, piscam, e então se estabilizam, para então
começarem a ficar mais fortes. Um brilho amarelado insuportável cresce me forçando
tampar os olhos com as costas das mãos. Todas as luzes se apagam
repentinamente, a rua inteira está em total escuridão agora. Malditos Izzets. A
Lei de Controle a Magia devia ser mais dura para uma Guilda tão desorganizada.
Fecho a janela e com as pontas dos dedos acendo as velas sempre
a postos em ambas as cômodas. Termino de retirar minha armadura, deixando-a
arrumada simetricamente aos pés da cama, e então, pego o meu diário e me deito.
Como de costume, puxo minha pena e a mergulho na tinta.
Dia
397 – Divagação
‘’Hoje fazem quase quatrocentos dias desde que enfim jurei
oficialmente proteger as ruas de Ravnica, assim colocando minha total lealdade
aos Boros, Guilda que foi meu motivo de inspiração dês de pequena. 400 dias
sendo um cadete... Dizem
que só ao completar o seu milésimo dia que eles passarão a olhar para você como
se você não fosse apenas uma bucha de canhão que será enviada sempre para as
missões mais suicidas. Porem eu nunca senti isso. Sisa, que se alistou no mesmo
dia que eu, hoje é minha parceira de patrulhas e minha melhor amiga! Eu apenas sinto que não só encontrei
um lugar onde todos os meus preceito e conceitos se alinham perfeitamente, mas
que também encontrei a minha família.
É engraçado pensar que no primeiro dia oficial de
atividades, a primeira coisa que entregaram a cada um de nós foi um diário
igual a esse. Nós, que durante os treinamentos nunca tivemos um incentivo real
sobre leitura ou escrita, nos vimos com esse belíssimo objeto em mãos, de couro
e com o duro Símbolo da Legião na frente. A nossa reação ao pega-lo foi
impagável, como se segurássemos um objeto estranho achado em uma cena de crime,
cuja serventia não fazíamos ideia.
Mas na cerimônia de iniciação o Comandante Tajic nos
explicou que um de nossos deveres seria relatar nos diários todos os nossos
dias de serviço, e até mesmo os fora dele. Pensamentos, vontades e até mesmo
lembranças queridas. Eu achei aquilo interessantíssimo, apesar de não saber o
porquê daquilo tudo. Me lembro bem de um dos recrutas debochar e dizer que isso
era apenas para, caso você fosse morto em ação, eles conseguirem achar em seu
diário qualquer tipo de ato ilegal cometido ou até mesmo qualquer e mínimo
envolvimento com uma das Guildas ‘’estranhas’’, tais como Grulls, Dimir e
Rakdos. Assim a Legião não precisaria pagar qualquer tipo de indenização ou salário
a nossos parentes. Me lembro de ter achado absurda a ideia e rir no dia. No
fim, como foi ordenado, todos os meus dias dês de então estão aqui relatados. E
é incrível como minha escrita melhorou tanto dês de então.”
Dia
397 – Sobre hoje
Hoje um Anjo falou comigo pela primeira vez! Sisa chegou
hoje me dizendo logo de cara que provavelmente finalmente veríamos o nosso
superior acima de Rodrias, Tenente de nosso Esquadrão. Finalmente veríamos a
Coronel Edra! As 11h chamaram todos da equipe para comparecerem ao pátio. E
então estávamos lá, uma fila gigantesca de cadetes; todos super ansiosos para
saber o que veria a seguir. E então ela desceu do céu. Edra com suas grandes
asas angelicais, tampando o sol acima de nós e pousando majestosamente no chão
a nossa frente. O seu primeiro passo fez rimbombar toda a estrutura metálica da
sua armadura pesada de prata e ouro. Ela se pôs a caminhar perto de cada um de
nós, em fila, se pondo a nos encarar um a um. Seu olhar duro e fechado era inigualável.
Ele parecia nos dizer, em silencio, tudo o de mais complicado e pesado de se
expressar em falas. Sem proferir uma palavra, ela fez pausas na frente de cada
um de nós, nos presenteando com um rápido e quase imperceptível aceno de
cabeça, que devolvemos com uma continência completa.
E foi quando ela pausou na minha frente que aconteceu algo
que jamais esquecerei. Estava ao lado de Sisa, como de costume. Edra me deu seu
aceno, eu o retribui com a continência, porem Edra não prosseguiu. Ela ficou me
encarando, com seu profundo olhar. Todos em seus postos a olharam e me olharam
de periférico durante aqueles segundos, e então Edra proferiu:
“Você.” apontando para mim e pausando “Belo polimento na
armadura e flamígera.”
E então prosseguiu. Eu devo ter ficado vermelha em todos os
pontos possíveis de meu rosto. Logo após sermos liberadas, eu e Sisa ficamos
super atônitas comentando sobre. Como podia ela ter dirigido a palavra a mim!
Sua voz era tão... poderosa! Ela soava como um som fundo, distante, como vinda
de dentro de uma concha do mar, porem ao mesmo ela era tão imponente; imponente
ao ponto de ser impossível recusar qualquer pedido vindo dela se um dia ela o
fizesse. Eu guardarei esse momento para sempre!
Irei terminar por aqui hoje, pois ainda tenho que polir meu
equipamento para amanhã. Será minha primeira ronda pela área comercial da parte
Leste! Talvez eu até consiga tomar um café no Don’s. Adoro aquele lugar,
tentarei ficar fazendo minha ronda em volta dele para chocar com meu horário de
pausa.’’
Descanso minha pena e coloco a mão sobre minhas palavras. 400 dias... penso,
quantos mais ainda haverão de
vir? Deixo meu diário em cima da cômoda, e me sento para polir minha
armadura para o dia seguinte. Coitados dos que são achados pela manhã com uma
mancha se quer no uniforme. O ato de polir sua armadura e armamentos é algo que
sempre admirei, pois sempre tratei eles como uma extensão de mim mesma. Minhas
ombreiras, braçadeiras, elmo, são como minha segunda pele; e você precisa
tratar bem a pele que pode cuidar. A minha pele verdadeira hoje já tem
cicatrizes permanentes adquiridas em vários becos diferentes de Ravnica.
Principalmente originadas de becos onde um dia encontrei algum Grull. Isso
nunca acaba bem. Ferozes e sem inteligência como são, não se importam em se
machucar, contanto que machuquem também. É estranho saber que boa parte dos
novos Pelotões da Legião são formados por ex-Grull. Basta pegar a ferocidade e
estupidez deles, e tirar um pouco da estupidez: pronto, um cadete pronto para
proteger o que antes jurou destruir.
Pego minha flamígera,
a extensão dos meus braços. Suas curvas reluzentes brilham a luz das velas
enquanto passo o composto de polimento por sua lamina. Essa rocha Scari em pó é
de fato melhor que as comuns para o brilho, creio ser uma das primeiras vezes
que não sou completamente enganada por um comerciante na feira de domingo.
Enfim termino e me espreguiço de cansaço. É hora de deitar
em busca do próximo dia. Escuto o barulho da água caindo as minhas costas. Chove
forte e eu nem havia reparado. A água está molhando parte do meu quarto.
Rapidamente me ponho a fechar a janela.
Arte: Raquel Araujo
Esse é Objetivo principal desse trabalho realizado pelos Tutores: conheçam Ravnica, a Cidade das Guildas, de uma maneira nunca antes vista.
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Em nosso segundo topico de estudos sobre as Guildas de Ravnica, iremos ter como objeto de estudo a Guilda Boros.
ARQUIVOS DE RAVNICA
Arquivo 2: A Guilda Boros
Parte 1 de 2 –
Técnica
Nome: A Legião Boros
- CONTEXTO:
A Legião de Boros é uma guilda com funções cívicas como
qualquer outra. Mas na pratica é um exército. É unificado, como os dedos de um
punho. Queima com paixão, como o sol escaldante. Seu sinete incorpora sua
essência, e todos os que o veem no escudo e nas bandeiras sabem quem marcha
diante deles. É o fogo explosivo da convicção focalizado pelo objetivo correto
de ideais. É o aço sagrado do justo empunhado pela mão furiosa de um guerreiro.
Seja qual for a maneira como você olha, a punho pesado dos boros tem
relevância. Eles unem os conceitos opostos de ordem e caos dando a cada um
deles uma função especifica, disciplina em seu estilo de vida e ideais bem
claros. Seus membros vem da juventude de Ravnica assim como de renegados de
outras guildas que enxergaram um proposito maior. Os Boros acreditam
apaixonadamente na lei; para eles, é a estrutura pela qual a sociedade funciona
e age como um roteiro para a saúde e a segurança da comunidade. Qualquer coisa
que viole a letra da lei, ameace o espírito da lei ou obstrua a aplicação da lei
é considerado um inimigo da Legião de Boros. Na verdade, qualquer um que
discordar dos Boros é um inimigo dos Boros. Vestidos de armadura brilhante e
zelo justo, os soldados da Legião Boros usam aço contra a corrupção e o caos
que roem a alma de Ravnica. Eles reforçam o espírito da lei com um poder
militar poderoso e disciplinado, e estão trabalhando duro para forjar a cidade
em uma comunidade segura e justa para todos. Muitos enxergam os Boros como
carrascos, inimigos ou simplesmente alienados pelo papel que exercem na
comunidade, porem ninguém subestima a determinação e capacidade da guilda.
- FUNÇÃO:
Os Boros são o braço militar e de manutenção da paz da
sociedade de Ravnica. Suas funções vão de policiamento, segurança, investigação
até áreas exclusivamente militares. Se
houver um levante em Ravnica, os Boros estarão lá para acabar com a disputa. Se
há uma briga de bar em qualquer lugar.... Bem, os Boros estarão lá para brigar
também. Enquanto muitos cidadãos de Ravnica consideram os Boros como hipócritas
e rígidos, não há como negar que eles fornecem proteção muito necessária para
os sem guilda sem pedir nada em troca. Os seus ideais e liderança fazem da
guilda uma das guildas mais dispostas a aceitar membros de outras guildas, com
programas de integração educacionais, suporte financeiro e outros direitos.
Isso, é claro, contando que se comprometa a fazer sua parte para a comunidade e
a guilda.
- LIDER:
A mestre bélica por trás dos Boros. O atual
líder da guilda é a anjo Aurélia, uma ex-líder dos anjos que ascendeu ao posto
de arcanjo. Após a morte de Razia, o parun de Boros, e a vergonhosa anterior
mestre da guilda dos anjos, Feather, a líder Aurélia ganhou a autoridade
desafiando a ascendência de Feather, argumentando que um anjo com a honra
manchada não poderia comandar autoridade ou respeito. Muitos concordaram, e os
poucos que não, foram rapidamente envergonhados em silêncio. Agora que sua
autoridade é segura, Aurélia carrega o mesmo respeito e admiração que Razia, o
parun original. Mas enquanto Razia era mais uma figura simbólica, indiferente e
intocável, Aurelia é uma líder ativa e forte que está diretamente envolvida com
seus subordinados. Aurélia acredita que a fraqueza não
pode ser tolerada nas fileiras de Boros. Ela defende novas táticas de batalha e
coordena grupos de assalto. Com efeito, Aurelia tomou todos os ideais de Boros
existentes e aumentou sua intensidade. Para os estrangeiros, ela é uma belicista.
Para seus devotados seguidores, ela está cortando velhas ineficiências para
alcançar um efeito maior enquanto permanece fiel aos ideais da guilda. A
estrutura rígida e bem definida da guilda permite que apenas anjos, nascidos do
sentimento de justiça e ordem sejam dignos de comandar a guilda e ocupar as
patentes mais altas.
- REGIÕES:
Sunhome: fortaleza
da Legião de Boros, é o ponto principal dos Boros em Ravnica, é uma fortaleza,
um quartel e um local de culto aos ideais da guilda. É impenetrável, serve como
símbolo do poderio militar e é a base das operações da Liga de Wojek.
Estação
Augustin: a principal estação dirigível do Décimo Distrito. Uma estátua de 10
pés de altura de Agrus Kos tornou-se um ponto de encontro para veteranos, a
turba e espiões de Dimir.
Academia
Militar Horizon: liderado pelo Comandante Yasze e sede do Teatro do
Recrutamento. Aurélia acredita que, para criar a sociedade perfeita de Boros, a
guilda deve se concentrar nos jovens, de modo que, enquanto os outros ramos
militares têm seus próprios centros de treinamento, Aurélia intencionalmente
fez deste local o carro-chefe de seus esforços educacionais. Também é o
principal centro de treinamento de cavaleiros alados.
Dravhoc: um
distrito fundado em uma montanha, construído em terraços e cercado de lava.
Favarial: um distrito construído em um grande corpo de água doce. Um dos distritos mais
ricos.
Base Zelzo: liderado pelo Tenente Anksa, a wojek mais jovem a chegar a seu posto. É sede do
Teatro da integridade, responsável por acabar com as atividades criminosas dos
Dimir e de investigar a teia do crime que se estende até o Orzhov e
possivelmente outras guildas também. A pedido de Aurelia, Anksa nomeou um grupo
especial para investigar uma nova invenção da Izzet - parte da Iniciativa
Warmind - que neutraliza os espíritos. Internamente, o grupo é chamado de Dead
Brigade. Aurelia é paranoica sobre fantasmas, particularmente o Conselho
Fantasma de Orzhov, e quer eliminar a ameaça.
Fortaleza
Kamen: sede do Teatro da Ordem.
Liderado pelo comandante minotauro, Grozdan. É a base designada para prender ou
eliminar os assassinos Rakdos e serial-killers. As ordens de Aurelia afirmam
que a ameaça de violência aleatória é uma doença fatal a comunidade e deve ser
erradicada.
- OPINIÕES:
Aqui está um
compilado de frases que definem a opinião dos Boros para com as demais Guildas:
Azorius: "Pontificadores legalistas e arrogantes que usam a lei como arma para
exercer poder que não merecem."
Orzhov: "Pretendentes egoístas sem senso de justiça ou honra."
Dimir: "Cobras imorais que precisam ser exterminadas pelo bem da
comunidade".
Izzet: "Enquanto sua habilidade mágica for controlada, pode ser benéfica para a
sociedade".
Rakdos: "Ratos imorais que precisam ser exterminados pelo bem da comunidade".
Golgari: "Uma guilda infeliz que serve uma função necessária para o bem de
todos."
Gruul: "Almas perdidas que não foram expostas à verdadeira correção, mas vão
abraçar os ideais de Boros se tiverem a oportunidade certa."
Selesnya: "Enquanto sua devoção à comunidade é nobre, eles estão equivocados sobre
como uma sociedade perfeita deve ser."
Simic: "Uma guilda perdulária preocupada com experiências misteriosas e sem
sentido."
Nessa sessão vocês poderão ter uma breve visão dos estilos das magias da Legião Boros, podendo assim usar esse estudo a favor de vocês, mantendo-se salvos de situações de possível confronto com a Guilda, como também usar das próprias magias para se protegerem.
- Integrity/ Intervention
De um lado, integrity, por uma Hibrida vermelha ou branca
(você poderá pagar ou uma, ou outra) você tem uma instantânea com o seguinte
efeito:
A criatura alvo ganha +2/+2
Algo que pode ser bem versátil para pegar um oponente de
surpresa em um combate!
Já no lado Intervention temos, por 4 manas, sendo 2
genéricas, uma branca e uma vermelha, uma instantânea com o seguinte efeito:
Intervention causa 3 de dano em qualquer alvo e você ganha 3
pontos de vida
Uma boa gama de opções que podem ajudar em um combate ou
remover algum obstáculo do caminho com um raio angelical enquanto cura você!
Além de versátil a carta traz consigo conceitos que os boros se baseiam e que
aplicam.
- Boros Challenger
Aqui temos uma criatura humano guerreiro de custo convertido
de 2 manas, sendo uma branca e uma vermelha. Ele tem 2 de poder, e 3 de
resistência. Uma habilidade ativada que por 1 mana branca, 1 vermelha e 2 incolores
o dá +1/+1 até o final do turno. Nele
também temos uma palavra-chave que traz a nova mecânica dos boros: Mentor.
Com o Mentor você terá um benefício de veteranos em campo de
batalha ensinando na pratica suas outras criaturas menos experientes como
melhorar a cada combate. Veja suas
pequenas criaturas se tornarem campeões a cada turno! A essência militar e
principalmente de trabalho em equipe Boros não poderia ser melhor representada.
Pela habilidade de Mentor, quando a criatura com Mentor atacar, você poderá
colocar um marcador + 1 / + 1 em outra criatura atacante com menor poder que o
poder da criatura com Mentor. Dando a possibilidade de novos recrutas como
goblins ou soldados menores de crescerem ao combater ao lado dessa criatura.
Com a habilidade dela de aumentar seu poder investindo um pouco de mana ela
estende o alcance do Mentor! Vemos nessa
carta o quanto um oficial Boros em campo pode representar uma ameaça em campo
quando seu oponente permite que ele faça o que ele nasceu e treinou para fazer.
Além do texto da carta deixar claro o quanto cada membro dessa guilda é
competente em sua função e confiante.
“Mandem vir o capitão de vocês, preciso me exercitar um
pouco’’
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ARQUIVOS DE RAVNICA
Arquivo 2: A Guilda Boros
Parte 2 de 2 – O Cotidiano
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ARQUIVOS DE RAVNICA
Arquivo 2: A Guilda Boros
Parte 2 de 2 – O Cotidiano
Conto 2 – Metal e Tinta
Termino minha ronda ao fim da tarde e coloco minha marcha
em direção a casa. A Cidade
de Ravnica fica incrível nessa época. As arvores viram sois quentes espalhados
pelas ruas mais bem cuidadas. As folhas quentes caem em aspirais até ao chão. O
clima ameno toma conta dos músculos, e nos faz menos tensos até mesmo em meio a
patrulhas nos Becos Grulls. Esse sentimento gera uma sensação que aparenta
tomar conta de todos, até mesmo os cidadãos mais desconfiados parecem passar
menos esguios ao lado de uma Patrulha Boros.
Passo algum tempo divagando sobre como cores vivas e o ar
fresco podem mudar o comportamento das pessoas e sem nem ao menos perceber
tranco a porta da minha casa. Aqui dentro tudo é muito pequeno. Apenas dois
cômodos que se dividem entre quarto e banheiro. A praticidade me apetece muito.
Minha cama, minhas duas cômodas, meu guarda roupa e o espaço especial reservado
para meus equipamentos. Somente o necessário, e somente o mais importante
sempre a vista.
Despindo meu uniforme sinto o vento batendo as minhas
costas. Havia deixado a janela aberta mais cedo. Vou até ela e me demoro
olhando a calma rua lá em baixo. Na penumbra amarelada, há apenas o vento
transpassando através dos corredores de pedra, ricocheteando nos postes que
calmamente iluminam a rua. As luzes amareladas dos postes começam a piscar.
Cerro meu cenho. As luzes piscam, piscam, e então se estabilizam, para então
começarem a ficar mais fortes. Um brilho amarelado insuportável cresce me forçando
tampar os olhos com as costas das mãos. Todas as luzes se apagam
repentinamente, a rua inteira está em total escuridão agora. Malditos Izzets. A
Lei de Controle a Magia devia ser mais dura para uma Guilda tão desorganizada.
Fecho a janela e com as pontas dos dedos acendo as velas sempre
a postos em ambas as cômodas. Termino de retirar minha armadura, deixando-a
arrumada simetricamente aos pés da cama, e então, pego o meu diário e me deito.
Como de costume, puxo minha pena e a mergulho na tinta.
Dia
397 – Divagação
‘’Hoje fazem quase quatrocentos dias desde que enfim jurei
oficialmente proteger as ruas de Ravnica, assim colocando minha total lealdade
aos Boros, Guilda que foi meu motivo de inspiração dês de pequena. 400 dias
sendo um cadete... Dizem
que só ao completar o seu milésimo dia que eles passarão a olhar para você como
se você não fosse apenas uma bucha de canhão que será enviada sempre para as
missões mais suicidas. Porem eu nunca senti isso. Sisa, que se alistou no mesmo
dia que eu, hoje é minha parceira de patrulhas e minha melhor amiga! Eu apenas sinto que não só encontrei
um lugar onde todos os meus preceito e conceitos se alinham perfeitamente, mas
que também encontrei a minha família.
É engraçado pensar que no primeiro dia oficial de
atividades, a primeira coisa que entregaram a cada um de nós foi um diário
igual a esse. Nós, que durante os treinamentos nunca tivemos um incentivo real
sobre leitura ou escrita, nos vimos com esse belíssimo objeto em mãos, de couro
e com o duro Símbolo da Legião na frente. A nossa reação ao pega-lo foi
impagável, como se segurássemos um objeto estranho achado em uma cena de crime,
cuja serventia não fazíamos ideia.
Mas na cerimônia de iniciação o Comandante Tajic nos
explicou que um de nossos deveres seria relatar nos diários todos os nossos
dias de serviço, e até mesmo os fora dele. Pensamentos, vontades e até mesmo
lembranças queridas. Eu achei aquilo interessantíssimo, apesar de não saber o
porquê daquilo tudo. Me lembro bem de um dos recrutas debochar e dizer que isso
era apenas para, caso você fosse morto em ação, eles conseguirem achar em seu
diário qualquer tipo de ato ilegal cometido ou até mesmo qualquer e mínimo
envolvimento com uma das Guildas ‘’estranhas’’, tais como Grulls, Dimir e
Rakdos. Assim a Legião não precisaria pagar qualquer tipo de indenização ou salário
a nossos parentes. Me lembro de ter achado absurda a ideia e rir no dia. No
fim, como foi ordenado, todos os meus dias dês de então estão aqui relatados. E
é incrível como minha escrita melhorou tanto dês de então.”
Dia
397 – Sobre hoje
Hoje um Anjo falou comigo pela primeira vez! Sisa chegou
hoje me dizendo logo de cara que provavelmente finalmente veríamos o nosso
superior acima de Rodrias, Tenente de nosso Esquadrão. Finalmente veríamos a
Coronel Edra! As 11h chamaram todos da equipe para comparecerem ao pátio. E
então estávamos lá, uma fila gigantesca de cadetes; todos super ansiosos para
saber o que veria a seguir. E então ela desceu do céu. Edra com suas grandes
asas angelicais, tampando o sol acima de nós e pousando majestosamente no chão
a nossa frente. O seu primeiro passo fez rimbombar toda a estrutura metálica da
sua armadura pesada de prata e ouro. Ela se pôs a caminhar perto de cada um de
nós, em fila, se pondo a nos encarar um a um. Seu olhar duro e fechado era inigualável.
Ele parecia nos dizer, em silencio, tudo o de mais complicado e pesado de se
expressar em falas. Sem proferir uma palavra, ela fez pausas na frente de cada
um de nós, nos presenteando com um rápido e quase imperceptível aceno de
cabeça, que devolvemos com uma continência completa.
E foi quando ela pausou na minha frente que aconteceu algo
que jamais esquecerei. Estava ao lado de Sisa, como de costume. Edra me deu seu
aceno, eu o retribui com a continência, porem Edra não prosseguiu. Ela ficou me
encarando, com seu profundo olhar. Todos em seus postos a olharam e me olharam
de periférico durante aqueles segundos, e então Edra proferiu:
“Você.” apontando para mim e pausando “Belo polimento na
armadura e flamígera.”
E então prosseguiu. Eu devo ter ficado vermelha em todos os
pontos possíveis de meu rosto. Logo após sermos liberadas, eu e Sisa ficamos
super atônitas comentando sobre. Como podia ela ter dirigido a palavra a mim!
Sua voz era tão... poderosa! Ela soava como um som fundo, distante, como vinda
de dentro de uma concha do mar, porem ao mesmo ela era tão imponente; imponente
ao ponto de ser impossível recusar qualquer pedido vindo dela se um dia ela o
fizesse. Eu guardarei esse momento para sempre!
Irei terminar por aqui hoje, pois ainda tenho que polir meu
equipamento para amanhã. Será minha primeira ronda pela área comercial da parte
Leste! Talvez eu até consiga tomar um café no Don’s. Adoro aquele lugar,
tentarei ficar fazendo minha ronda em volta dele para chocar com meu horário de
pausa.’’
Descanso minha pena e coloco a mão sobre minhas palavras. 400 dias... penso,
quantos mais ainda haverão de
vir? Deixo meu diário em cima da cômoda, e me sento para polir minha
armadura para o dia seguinte. Coitados dos que são achados pela manhã com uma
mancha se quer no uniforme. O ato de polir sua armadura e armamentos é algo que
sempre admirei, pois sempre tratei eles como uma extensão de mim mesma. Minhas
ombreiras, braçadeiras, elmo, são como minha segunda pele; e você precisa
tratar bem a pele que pode cuidar. A minha pele verdadeira hoje já tem
cicatrizes permanentes adquiridas em vários becos diferentes de Ravnica.
Principalmente originadas de becos onde um dia encontrei algum Grull. Isso
nunca acaba bem. Ferozes e sem inteligência como são, não se importam em se
machucar, contanto que machuquem também. É estranho saber que boa parte dos
novos Pelotões da Legião são formados por ex-Grull. Basta pegar a ferocidade e
estupidez deles, e tirar um pouco da estupidez: pronto, um cadete pronto para
proteger o que antes jurou destruir.
Pego minha flamígera,
a extensão dos meus braços. Suas curvas reluzentes brilham a luz das velas
enquanto passo o composto de polimento por sua lamina. Essa rocha Scari em pó é
de fato melhor que as comuns para o brilho, creio ser uma das primeiras vezes
que não sou completamente enganada por um comerciante na feira de domingo.
Enfim termino e me espreguiço de cansaço. É hora de deitar
em busca do próximo dia. Escuto o barulho da água caindo as minhas costas. Chove
forte e eu nem havia reparado. A água está molhando parte do meu quarto.
Rapidamente me ponho a fechar a janela.
Arte: Raquel Araujo
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