A Centelha em cada um de nós - Parte 2
Hoje, continuaremos nossa jornada muito importante para essa
comunidade de centenas de pessoas. Na semana passada tivemos o lançamento dessa
iniciativa de adentrarmos de verdade o mundo do Magic e da Bacon Arcano. Hoje vamos continuar nossos estudos quanto
como nos inserirmos nesse universo complexo sendo o mais fieis a profundidade
que uma vida com infinitas possibilidades pode ter.
Nas próximas semanas vamos gradativamente postar a continuação desse projeto de historia.
No nosso último estudo descobrimos quem somos, discutimos um
pouco sobre a cores que habitam nosso coração e como nosso reflexo de dá na história
levando em conta até mesmo a nossa raça dentre os milhares e até mesmo nossa aparência
é importante. E tivemos a origem de uma das lendas que andam pelos Halls da
Bacon Arcano. Em resumo vimos como criar nossa origem, mas hoje quero que você PlanesWalkers
que está lendo foque em no proposito pelo qual criamos uma origem, viver o que
a vida tem a nos oferecer, que muitas vezes são os conflitos que marcam o andamento
da nossa historia.
Nos somos os seres que vivem as histórias que você conta, que reagem e provocam os acontecimentos. Somos as personificações com quem o universo e tudo que vive nele vai se identificar – ou, ao contrário, por quem vão desenvolver aversão. De qualquer modo, são os elementos que vão criar conectividade afetiva com o tudo a nossa volta.
No Magic, as personagens não precisam ter historias “normais”. Podem ser animais falantes, seres mitológicos, renegados, ter problemas e defeitos, ser anti-herói, ter uma origem importante, ou comum… E, mesmo que a personagem não seja humana e talvez, principalmente por isso, é preciso desenvolver suas características, para que sejam relacionáveis para os outros PlanesWalkers quanto para você mesmo
Portanto, personagens não precisam ser mocinhos ou mocinhas para serem membros da Bacon Arcano ou protagonistas de suas próprias histórias, e vice-versa. Os valores de sua personagem não precisam estar de acordo com a moral ou ética que seguimos no mundo real para que as pessoas consigam se relacionar com ela. Não precisa ser o super mocinho do bem ou a garota boazinha da perfeição. Embora seja seu objetivo como jogador fazer as pessoas que conhecerem sua história se relacionarem com seu PlanesWalkers, isso não quer dizer que estas terão que ser destituídas de defeitos morais, ao contrário. Personagens muito perfeitas podem acabar por quebrar a imersão da sua história e dificultar o processo de representação de si mesmo em um universo novo. Afinal, ninguém é perfeito, e na vida real as pessoas tem seus pontos fracos, manias e defeitos e são multifacetadas.
Mas sim devem estar alinhados com a sua identidade de cor, ou combinação das mesmas, com sua origem, com o deck que o representa e principalmente com o jogador. Mas sempre lembrem se de que o que faz os heróis e o universo se moverem são os conflitos que nos encaramos e temos que resolver. Por isso a Bacon Arcano reúne todos os Planeswalkers e os prepara para os perigos do multiverso.
Conflito é o motor de qualquer história. Para uma história se levantar e ir, seus personagens têm que experimentar atrito com o ambiente, com eles mesmos e, acima de tudo, um com o outro. Assista a qualquer filme blockbuster de verão, escolha qualquer personagem que não seja o protagonista, e pergunte a si mesmo, para que serve esse personagem? Aposto que, em algum momento, direta ou indiretamente, esse personagem gera conflito para o protagonista ou o ajuda a gerenciá-lo (e muitas vezes ambos). Se alguém está por aí em uma história, tendo basicamente um bom tempo, tanto o jogador quanto aqueles que vivem no universo Magic vão perguntar por que esse personagem está lá ? E você precisa saber a resposta.
Então, claro, conflito. Obstáculos a superar. Maus bandidos para bater. Cicatrizes psicológicas profundas para enfrentar. Estes são comuns em histórias, incluindo histórias de magia - romances, contos, quadrinhos. Nós já conhecemos uma das mais importantes fontes de conflito na magia - o conceito de cores inimigas. Linhas de inimizade cruzam a roda de cores. A parte inteligente é que o conflito é gerado até entre aliados
Então olhem par si mesmo e perguntem se oque esse planewalker, oque você viveu e vai viver nesse universo a partir de hoje? Os conflitos que te construiram como é. Suas maiores qualidades e também os defeitos. As cicatrizes, e amigos que perderam ao longo do caminho. E como voce vai honrar tudo que você, uma lenda, já viveu.
E com certeza essas aventuras devem ser ouvidas e lembradas:
E novamente teremos hoje um espaço para que mais uma lenda da Bacon Arcano seja reconhecida no famoso....
Hall dos Heróis
Juntem-se diante dos bardos da Bacon Arcano que hoje temos uma historia não muita antiga para contar. Um relato vindo de um plano que quando a luz desvanece e a lua sobe, a humanidade torna-se presa universal. Alcateias de lobisomens são atraídos pela lua, e sua porção humana é despida com uma fúria animalesca. Famílias vampíricas mostram suas presas quando farejam sangue humano. Hordas de mortos-vivos cambaleiam por mansões e charnecas, guiados por uma fome inata de carne viva. Abominações criadas com a alquimia ganham vida nos laboratórios. Geists assombram as acuadas vilas humanas e aterrorizam viajantes nas encruzilhadas escuras que as separam. Demônios poderosos e diabos astutos tramam a queda da humanidade nas profundezas de Innistrad.
E é nesse plano de escuridão que a historia de uma dos membros mais renomados da Bacon Arcano se passa. Durante a loucura de Avacyn quando os protetores do plano, os próprios anjos começaram a caçar não apenas as criaturas da noite mas todos seres vivos.
Contemplem uma aventura da Planeswalker vampirico Elena Skylar
Planeswalker que representa a Autoria Camila Teixeira Frauzino
Instagran: @ya_wara
Trilha sonora recomendada:
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Autoria Camila Teixeira Frauzino |
Fogo e Sangue
Cap 1- Prólogo
Esta parte da cidade estava silenciosa, salvo pelo estalar dos saltos da vampira de pele clara. Casas estavam abandonadas para todos os lados. A destruição era aparente e um pouco aterrorizante em certos pontos. Portas arrombadas, telhados destruídos, até mesmo paredes desmoronaram. As lembranças de um tempo em que os vampiros uma vez governaram essa parte do distrito é vaga e distante agora, uma visão nostálgica porém dolorosa ao ver tudo em ruínas. Aquilo uma vez foi seu lar…
Um estalar distante a deixou alerta, parecendo ser o ranger de uma porta ou migalhas ao vento. Não pôde ter certeza. Ela ficou estática, olhou com cautela em volta procurando não fazer barulho. Decidindo não ficar por muito tempo para descobrir o que era a fonte do barulho, virou de volta para sua rota original, mas ela não precisou dar um único passo para ser parada novamente por uma lança que fincara no chão, passando de raspão no seu rosto.
“Elena Skylar. Fugitiva, assassina de aluguel, ladra e inúmeras outras alegações.” Uma voz feminina ecoou atrás da vampira, fazendo-a virar devagar, porém não muito cautelosamente. “Devo admitir que foi difícil te reconhecer sem todo o seu... figurino.” A anjo, acompanhada de uma outra anjo de pele escura, falou enquanto guardava o pergaminho que aparentemente contia o mandado de caça da vampira.
“Problemas de família, não que você se importe.” Elena respondeu antes de trocar o peso de uma perna para a outra, debochando da presença autoritária da anjo com sua simples linguagem corporal. O ser celestial, por outro lado, respondeu somente com o olhar de nojo e escória para a vampira antes de sinalizar para a anjo que a acompanhava para atacar.
Ela era rápida e num instante já estava no alcance para desferir de um ataque que, se não fosse pela agilidade, destreza e leveza de Elena, poderia ter acertado em algum ponto vital, porém cortou nada além de vento. Sua fluência de movimento poderia ser confundida até com a de um anjo se não fosse pelas suas asas de morcego.
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Arte : Primeiro Contato - Autoria Camila Teixeira Frauzino |
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Arte : O Golpe do Anjo - Autoria Camila Teixeira Frauzino |
Cap 2 - O Calabouço
Uma dor repentina ao sentir o contato com o chão fez Elena soltar um grito de agonia. Cerrando os dentes, ela ficou jogada, se contorcendo de uma dor que queimava suas costas, até fazendo com que ouvisse nada além de um zunido, antes de notar que o chão em que estava deitada não era o mesmo das ruas de seu distrito.
Lutando para abrir os olhos, a luz parecia mais como adagas para os olhos da vampira, que finalmente confirmou que tinha apagado no meio da confusão. Seus músculos protestavam contra as tentativas de se levantar, fazendo-a deixar escapar lamentos de dor. Se arrastando lentamente em direção a parede, apoiou-se na pedra dura, procurando não instigar a dor em seu lado direito.
Após estar mais lúcida e o zunido praticamente inaudível, Elena olhou em volta, se deparando com a figura da anjo de pele escura de antes, posta de guarda do lado de fora de uma cela. Mão sobre o pomo da espada, de costas voltadas para a parede oposta às grades e seu olhar cheio de escória que se desviou para frente assim que seus olhares se encontraram. Elena estava nos calabouços, pôde assumir.
A vampira não ousou falar. O lugar lhe era familiar demais, já sabia que qualquer coisa que ela falasse fora de hora a jogaria da panela para o fogo num piscar de olhos. Não que isso mudasse seu destino, só o traria mais rápido que o agradável. Então ela percebeu algo fora de lugar, suas roupas, o chão e sua pele, todos manchados de uma cor escarlate. Ela grunhiu ao sentir suas memórias voltando aos poucos.
Sua asa direita agora não era mais nada além de uma mera lembrança, restando apenas uma ferida enorme em seu lugar. Ela finalmente olhou de novo para a soldado posta de guarda do lado de fora de sua cela, Elena reprimiu uma risada, com pouco sucesso ao ver o olhar ofendido vindo da anjo.
“Não acho que está em uma posição favorável para achar algo cômico.” A soldado jogou outro olhar de escória enquanto deu poucos passos em direção às grades, aproximando-se de Elena, ainda com sua mão sobre o pomo de sua espada. O comentário fez Elena soltar mais uma série de risadas mal contidas, porém com um toque de dor por causa do ferimento nas costas.
“Realmente o que me impressiona em vocês, anjos, é que são tão confiantes de si mesmos que nunca percebem que a corrupção está entre vocês e não no Povo da Noite.” Ela respondeu, forçando seus limites ao continuar a conversa. Mesmo sendo um vampiro, a perda da asa a enfraqueceu.
A fala fez a anjo franzir a testa e desembainhar a espada, ameaçando a prisioneira com a ponta de sua lâmina afiada. “Blasfêmia!” Ela praticamente rosnou para Elena, a qual simplesmente sorriu de lado para a ameaça, como se a vida dela não estivesse na linha. A ousadia pegou a soldado de surpresa. “Você não tem provas!” Ela tentou sustentar seus próprios argumentos enfraquecidos pela sua reação, trazendo a espada levemente para frente, roçando a ponta da espada no pescoço da vampira de pele clara.
“As provas estão na sua fuça e mesmo assim vocês insistem em falar que nada está de errado!” Elena levantou a voz enquanto forçava seu corpo para frente, fazendo a espada perfurar sua pele superficialmente. Um fio de sangue escorreu de seu pescoço até se perder no colarinho de suas roupas manchadas de vermelho. A visão fixa da anjo no líquido escarlate divertiu a vampira.
“O que você quer dizer com isso?” Ela embainhou sua espada após um momento longo de reflexão, porém manteve suas mãos prontas para desembainha-la novamente. “Não que isso vá te soltar dessa cela.”
“É só olhar em volta. Uma hora tínhamos uma vida relativamente pacífica e, num piscar de olhos, o Povo da Noite se tornou os corrompidos da história toda?” Elena se forçou a ficar de pé enquanto jogava os argumentos contra a soldado.
“Já basta!” Uma terceira voz ecoou autoritariamente, fazendo a soldado se por em posição de saudação. “Não deixe que as palavras desta criatura imunda corrompam seu espírito, Bloodwing.” A oficial, aparentemente alguma superior seguida por alguns subordinados, põe a mão no ombro da soldado, como se estivesse reprimindo uma criança. “Deixe-a preparada, o julgamento acontecerá amanhã de manhã. E espero não pegar mais nenhuma conversinha, já me basta ter de lidar com tais criaturas, não preciso de outro peso morto em meu esquadrão.”
A capitã e suas ‘sombras’ seguiram em seu caminho, deixando Elena e a anjo a sós novamente. “Se com julgamento você quis dizer ‘execução’...” As palavras curtas e grossas pegaram a soldado de surpresa, fazendo-a franzir a testa. Aparentemente ninguém foi testemunha de algum desses ‘julgamentos’. Elena deixou escapar um suspiro cansado, enquanto se apoiava nas barras de sua cela. “Todos cegos… Odeio ter de admitir que você talvez seja a única salvação para esta cidade.”
A anjo retrucou com um olhar desconfiado, porém ainda podia se notar que ela estava surpresa com as palavras da vampira, mas ela se pôs de volta ao seu posto, mão no pomo da espada, corpo ereto e queixo erguido. A visão de tentativa de obediência divertiu Elena por de trás das grades.
“Eu sei que você quer ajudar a cidade, tanto quanto eu. Você entende que a cidade está corrompida por algo além da nossa compreensão, só você pode impedir, mas sabe que se você tentar confrontar a sua superior sobre esse assunto ela lhe dará o mesmo ‘julgamento’ que Douma me dará.” Elena falou suavemente, tentando seduzir a soldado para o lado da razão. O que estava dando certo, mesmo antes dela tentar com vontade. “Você já escutou os gritos de agonia na catedral. Dá pra ver no seu rosto. Os gritos... a agonia e desespero diante de tal insanidade.”
A anjo desviou o olhar, as provocações estavam surtindo um efeito avassalador nela, trazendo visões de horror para ela. Depois de engolir seco, a anjo virou para a vampira com um olhar determinado. “E qual seria o seu plano?” Ela perguntou ousadamente, se a capitã ouvisse aquelas palavras ela seria acusada de traição instantaneamente.
“Primeiro, me tirar daqui.” Elena começou sua fala pela parte óbvia do plano. “Segundo… Invadir a catedral.” A segunda parte do plano confundiu a soldado, fazendo-a virar a cabeça e retorcer a face em plena dúvida se a vampira estava mesmo completamente sã.
“Mas você vai escapar daqui para terminar no mesmo lugar?” Ela deixou a pergunta escapar livremente, o que fez Elena soltar um riso curto.
“E vocês dizem ser mestres estrategistas.” Ela zombou, mas não permitiu que a anjo respondesse. “Diferentes horas do dia, diferentes situações por completo.” Elena gesticulou junto de sua explicação, mas a soldado não estava convencida. Por quê atacar o líder diretamente? Devia ser o pensamento dela. “Eu e o Povo da Noite já estávamos tentando investigar esse caos antes de conseguirem nos expulsar da cidade por completo e percebemos alguns padrões. Padrões que eu assumo que continuem os mesmos.”
“Você está dando voltas no mesmo lugar sem me explicar nada.” A anjo retrucou confusa.
“E te revelar todo o meu plano para você reportar para a sua superior? Nem me pagando.” Elena revidou a tentativa da anjo de conseguir mais detalhes. “Só irei lhe contar algo se você me prometer que irá me ajudar até o final.” Ela apontou seu dedo indicador, frisando suas palavras enquanto olhava intensamente nos olhos da anjo.
Ela franziu a testa e desviou o olhar, mas Elena manteve seu olhar fixo, junto de seu argumento, mostrando que estava determinada. Vendo que a anjo não cederia tão facilmente ela soltou outro suspiro cansado.
“Ok. Já que quer ver a cidade ceder ao caos, a escolha é sua.” Elena se sentou novamente, encostada na parede de pedra do calabouço, fechando os olhos como se fosse para descansar, como uma forma de deboche para a anjo. “Estarei aqui se mudar de ideia.”
A mão da anjo se fechou com força no pomo da espada. O desejo de querer tentar restaurar a ordem a faz morder os lábios de tentação. Ela dá vários olhares para a vampira que aparentemente não estava observando a sua reação com a proposta, discutindo consigo mesma se a proposta valeria a pena.
O momento de silêncio se prolongou até que o barulho de metal tilintando ecoasse pelas paredes, fazendo Elena abrir os olhos, se deparando com a porta de sua cela aberta, segurada pela anjo. Ela se levantou rapidamente, suprimindo a sua dor, e andou em direção à saída, porém foi fechada rapidamente antes que ela alcançasse a liberdade. “Se você fizer qualquer gracinha irei arrancar sua cabeça sem hesitação, entendido?”
Elena levantou uma sobrancelha, como se aquilo não já estivesse implícito. “Justo, se você me prometer me ajudar.” Ela expressou o acordo por alto, para ter certeza de que não seria traída, pois a palavra de um anjo é sagrada, ou pelo menos é o que dizem. Recebendo um simples aceno com a cabeça da anjo antes que a cela se abrisse novamente para que Elena pudesse sair. “Para o telhado então.”
Cap 3 - A Catedral
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Arte : Inktober dia 7 - Autoria Camila Teixeira Frauzino |
Bloodwing pousou logo depois, levantando partículas de poeira no ar estático, podendo-se ouvir os estalos e rangidos de vidro por debaixo de seus pés. A catedral estava escura e silenciosa, salvo pela luz que vinha da vidraça quebrada, dando um aspecto sinistro àquele local. Até que, enfim, uma vela após a outra se acenderam misteriosamente, revelando uma figura encapuzada sobre o altar.
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Arte : Enfrentando o anjo torto - Autoria Camila Teixeira Frauzino |
“Rosangela.” A voz ríspida e cansada ecoou em resposta, um nome inicialmente desconhecido para Elena, mas ela assumiu que fosse o nome real da anjo que a acompanhou até aqui. “Nossa cidade está finalmente segura…” O anjo corrompido cambaleou ao descer as escadas do altar, arrastando os pés no chão ao andar. “Matando e expulsando cidadãos?” Elena levantou a voz enquanto franziu a testa, sacando diversas adagas em sua mão direita. As palavras do anjo corrompido fizeram seu estômago se revirar enquanto se segurava para não avançar diretamente contra o seu objetivo. “Silêncio, criatura vil! Vocês tiveram sorte de que eu não caçei vocês, eu mesma! Criaturas nojentas…” Douma respondeu alto e ameaçadoramente. Estava sozinha contra a vampira, mas com certeza não era impotente. “Fala o sujo do mal lavado.” Elena retrucou ao ouvir a ironia da clériga. “Não que me agrade falar isso… mas nem se tocou que se tornou uma criatura da noite…” A vampira retaliou, olhando a anjo corrompida com os mesmo olhos que todos os outros anjos olhavam para ela e para o seu povo depois da mudança de seu governante. Mas a discussão não durou muito quando um vulto avançou com extrema velocidade. Bloodwing, de um instante para o outro, conseguiu sacar sua espada, que já entrava em combustão no momento que fez contato com o ar, enquanto desferia seu ataque contra a ex-anjo. “Que as chamas guiem…” Foi possível ouvir ela recitando por alto, porém, a figura encapuzada não desviou, ela parou o ataque flamejante com as próprias mãos antes que a lâmina a atingisse, como se fosse nada. “... o seu coração negro na escuridão…” A anjo continuava a recitar, investindo outro ataque devastador com sua espada banhada em chamas, porém fora parada novamente com facilidade pela anjo que uma vez fora renomada. “... e que minha espada-” Mas antes que ela pudesse terminar, a oponente segurou o ataque seguinte, lançando a atacante para o outro lado do campo com uma mão só, arrancando um curto grito de surpresa de Bloodwing. Porém, quando Douma virou para focar em sua outra inimiga, Elena, não a via mais. Como se ela tivesse evaporado. Mas não por muito tempo. Uma adaga fincou no flanco esquerdo da anjo, fazendo-a urrar de dor, porém não foi o suficiente para matá-la, então a vampira fincou uma segunda adaga antes que a inimiga pudesse revidar. A anjo, como resposta, pegou Elena pelo pescoço e depois jogou-a na mesma direção em que jogara a outra anjo. A vampira então sacou três adagas que cintilavam um azul peculiar. “Vamos ver se esse truque funciona…” Ela murmurou para si mesma enquanto que Bloodwing estava possessa de ódio por um de seus conterrâneos ter se corrompido, fazendo as chamas engolirem sua espada novamente. Elena jogou as adagas uma por uma enquanto a aliada investia novamente contra a anjo corrompida. “E que minha espada…” Bloodwing usava de sua citação como um grito de guerra à esse ponto, nem percebendo as adagas que atingiam o alvo com precisão. Cada uma das lâminas chegava a assoviar, até pareciam que cortavam as sombras em seu caminho. Outro momento que parecia eterno. “Purifique….” A anjo desferiu um ataque transversal que quebrou a defesa de Douma, atordoada pelas adagas azuladas. Elena já preparava outro conjunto de três lâminas idênticas, não perdendo tempo em jogar uma por uma, lançando todas de uma vez agora que sua oponente estava de guarda baixa. Porém sua precisão não a falhava. “Seu corpo…” O ataque seguinte das palavras perfurou o centro da anjo corrompida com a vampira jogando seu último conjunto de adagas azuis em sincronia com a anjo. Mas para ter certeza de que Douma não voltaria, Bloodwing aumentou as chamas que cobriam sua espada, fazendo-as engolir a oponente, que por sua vez se revirava e lutava para continuar a viver, porém todo o esforço foi em vão. “E seu espírito.” Terminando sua recitação, a anjo retirou a espada do corpo carbonizado. Ambas suspiraram de alívio de que o conflito havia acabado. Elena então se aproximou do corpo e viu um pingente que havia sobrevivido às chamas da anjo, alcançando e retirando-o do cadáver com um simples puxão. “Um brasão…” A vampira concluiu enquanto analisava o pingente de aço escuro, aparentemente antigo, porém conservado. “É um brasão de um grupo de bruxas dito ser extinto. Isso irá provar que Douma estava corrompida e tirará você do gancho.” “E quanto a você?” Bloodwing embainhou sua espada com fluidez enquanto observava a vampira analisar o corpo com cautela, que voltou seu olhar para a anjo no momento que escutou a pergunta. “Tirará suas acusações também, não é?” Ela questionou confusa. Elena deixou escapar um sorriso sincero e simpático. “Minha ficha não mente. Fiz muitas coisas erradas.” Justificou enquanto olhava nos olhos âmbar da anjo. “Mas…” O rosto da anjo estava obviamente mostrando sua preocupação. “Você salvou a cidade...” Ela tentou argumentar com tristeza em sua voz enquanto abaixava o olhar. “O mínimo que peço é que faça justiça e traga o Povo da Noite de volta para casa.” Elena expressou um sorriso sincero em resposta à Bloodwing, entregando o pingente para a anjo. Não podendo determinar o quanto aquilo poderia ser comparado aos padrões humanos, resolveu aceitar a gentileza mesmo assim. “Então… Rosangela?” A vampira deu um sorriso lateral junto da indireta. “Ah… Bloodwing é só o meu nome de armas.” Ela justificou, desviando o olhar com um rosado em suas bochechas. Poderia ser que ela estava envergonhada de seu próprio nome? Elena não pode conter uma risadinha ao ver a sinceridade vinda da anjo. “Combina com você.” A vampira retornou a gentileza, se pondo na ponta dos pés e, logo em seguida, encostando os lábios na bochecha de Bloodwing. A anjo piscou rapidamente de surpresa, mas quando Rosangela finalmente abriu os olhos, ela se deparou com o nada. Elena simplesmente sumiu, como se o corpo dela tivesse se desfeito bem diante dela, e tudo o que sobrou foi apenas um sussurro. “Nos encontraremos novamente.”
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